A seleção nacional de Patinagem de Velocidade competiu nos WSG24 que decorreram nas cidades italianas de Montesilvano, Sulmona e Pescara, com nove patinadores: três seniores masculinos, três juniores femininos e três juniores masculinos. A comitiva integrou ainda o vice-presidente da FPP Marco Cardoso (chefe de comitiva), o diretor técnico da Patinagem de Velocidade e selecionador nacional de seniores Paulo Baptista, o selecionador nacional de juniores Alípio Silva e a fisioterapeuta Beatriz Fernandes.
Com 58 países inscritos e mais de 500 patinadores, o nível do mundial esteve altíssimo, ao qual juntaram-se algumas dificuldades logísticas como o facto do circuito de estrada ficar a mais de uma hora da pista, 100m e maratona, bem como a grande maioria das finais de estrada terem sido disputadas debaixo de chuva, ou com piso molhado/escorregadio.
De sublinhar que Portugal conquistou dois lugares no masculino para os World Games (WG25) do próximo ano que vão decorrer na Cina, ambos no masculino: um nas provas curtas e outro nas longas; situação inédita neste novo formato de apuramento com apenas 60 patinadores (30 no masculino e 30 no feminino).
António Edgar Freitas, em 13º na velocidade/distâncias curtas e Miguel Bravo em 5º no fundo/distâncias longas, preencheram as vagas para Portugal por terem ficado entre os 14 melhores países (a 15ª vaga foi para a China, país organizador).
Portugal, pela primeira vez nos últimos anos saiu de uma competição internacional (europeu ou mundial) sem qualquer medalha conquistada, no entanto esteve perto em diversas provas.
Miguel Bravo fez uma excelente prova de 15Km Eliminar em Estrada, sendo o 5º, mas tendo entrado na última volta em 4º junto aos três primeiros, na saída de curva escorregou (prova disputada à chuva) o que lhe impossibilitou a luta pelo pódio e originou a perda de um lugar. Bravo, que esteve a bom nível durante todo o campeonato, foi ainda 8º nos 10Km Pontos em Estrada, 9º nos 5Km Pontos e 11º nos 10Km Eliminar em Pista. O atleta conseguiu a vaga para Portugal para os WG25 com 101 pontos (o 1º lugar fez 117, o último apurado fez 53).
Ainda em seniores, o velocista António Edgar Freitas foi 13º na prova de 1Km, 16º na prova de Volta, 20º nos 500m, 32º nos 200m e 36º nos 100m. O atleta, que obteve 74 pontos para o apuramento dos WG25, melhorou 16 posições em relação ao mundial do ano passado (13º país, o primeiro não apurado em 15º, fez 71 pontos).
Marco Lira teve como melhor prova os 15Km Eliminar, obtendo o 12º posto e foi ainda 14º nos 1000m, 20º nos 5Km Pontos. Todas estas classificações no primeiro terço ou metade da classificação, num mundial onde participaram mais de uma centena de patinadores de 40 países.
Na prova de Estafeta, onde os seniores masculinos vêm dando sinais que podem alcançar medalhas em grandes competições, o sistema de apuramento foi muito ingrato, colocando Portugal numa série com a Bélgica (já campeã mundial desta prova e com dois campeões mundiais individuais na sua equipa) onde só apurava o primeiro.
Os atletas lusos bateram-se muito bem, perdendo por poucos centésimos, com um tempo de 4,06,653’, que associado a desclassificações na final, permitiu um resultado final de 5º lugar, com melhor tempo que o campeão do mundo que registou 4,06,791’.
Em juniores femininos, as melhores prestações foram para as anteriormente medalhadas em mundiais Francisca Henriques (5ª nos 1000m, muito perto do pódio) e Jéssica Rodrigues (6ª nos 10Km Eliminar, 8ª nos 5Km Pontos, 10ª nos 1000m e nos 15Km Eliminar, muito consistente relativamente às dez primeiras. Leonor Ladeira, estreante em mundiais, foi a terceira júnior feminina, obtendo como melhor classificação o 22º lugar na prova da volta.
A Estafeta de juniores femininos não esteve bem no apuramento, ficando impossibilitada de aceder à final, com um resultado final de 11º lugar, entre 16 países.
No mesmo escalão, mas em masculinos, Martim Vieira foi uma surpresa. Estreante em mundiais, conseguiu um brilhante 10º lugar nos 500m, sendo ainda 15º nos 100m (onde chegou aos oitavos de final).
Afonso Silva, campeão mundial de 10km Pontos em título, não conseguiu exprimir todas as suas enormes potencialidades – resultado ainda da lesão sofrida poucas semanas antes do europeu, a que não ajudou a dificuldade de adaptação à pista e à chuva na estrada. O atleta foi 11º lugar nos 10Km a Eliminar, a sua melhor classificação. Por sua vez, Miguel Monteiro a fazer provas de velocidade, como Martim, fizeram um 17º e um 18º lugar, respetivamente nas provas de 500m e de 1Km.
A Estafeta de juniores masculinos lutou muito no apuramento, mas não obteve o passaporte para a final, conseguindo um bom 6ª na geral, entre 17 países.