Publicado em
13 de out. de 2023
Fundada em 1994 como uma empresa focada em peças de ganga, ao longo das últimas três décadas a Salsa Jeans cresceu e tornou-se uma das maiores marcas de moda portuguesas. Em 2020, e após um período de algumas “dúvidas existenciais”, a empresa começou a desenvolver um trabalho de reposicionamento, voltando a focar-se no denim, o seu core business, para impulsionar o seu crescimento à escala internacional.
Prestes a celebrar o seu 30.º aniversário, a marca portuguesa, que opera atualmente em mais de 40 países, com mais de 190 lojas próprias e presença em mais de 1200 espaços multimarca, quer dar o salto para novas geografias e reforçar a presença em mercados nos quais já está instalada. Para isso, explica o CEO Hugo Martins, tem sido essencial o regresso às origens: “Queríamos reconhecer com muito orgulho que somos uma marca portuguesa de denimwear.”
Crescer nos atuais mercados e chegar a novos destinos
No plano de expansão definido pela marca portuguesa para o futuro próximo, a chegada à América Latina é uma das grandes apostas, bem como alargar a cobertura no mercado europeu, especificamente através de uma “presença mais significativa” na Escandinávia e Europa de Leste.
Por outro lado, nos próximos três anos a empresa pretende duplicar o número de lojas no Médio Oriente. Uma aposta que parece fazer bastante sentido, sobretudo considerando o peso desta região no negócio da Salsa Jeans: atualmente, as duas lojas da marca que mais vendem estão no Dubai (com o ponto de venda na Gran Vía, em Madrid, a fechar o pódio). O primeiro passo nesse sentido foi dado há apenas alguns dias, com a abertura de um novo ponto de venda no Red Sea Mall, em Jeddah, na Arábia Saudita.
Com escritórios em Portugal e França, uma operação logística com 14 mil metros quadrados e uma equipa multidisciplinar com mais de 1200 trabalhadores, a Salsa Jeans tem atualmente Portugal, Espanha e França como os seus melhores mercados, realizando, respetivamente 30%, 28% e 26% das suas vendas nesses países. No entanto, Espanha deverá tornar-se no seu primeiro mercado, acredita o responsável.
Estratégia omnicanal
Tendo registado em 2022 uma faturação de 200 milhões de euros (um aumento de 17% face ao ano anterior), a marca apoia o seu desenvolvimento numa distribuição equilibrada entre os diferentes canais de venda. Atualmente, o canal de venda a retalho e o multimarca têm ambos um peso de 37% nas vendas, enquanto as vendas pesam 13% e as realizadas nas department stores 8%. No entanto, indica Hugo Martins, fora do país o multimarca ganha uma importância redobrada.
Assim aconteceu, por exemplo, na Irlanda, onde a marca operou durante mais de 15 anos exclusivamente através do canal multimarca e onde abriu este verão as suas primeiras duas lojas próprias, exclusivamente dedicadas à oferta para mulher. Isto porque, neste projeto de expansão, as mulheres continuam a ser público-alvo da marca portuguesa, até porque 72% das vendas da Salsa Jeans são das coleções femininas, comparando com 28% para as propostas de homem. Hugo Martins, sublinha, de resto, que a Salsa Jeans é “uma marca claramente feminina” e é precisamente com este segmento que a marca se apresenta aos novos mercados.
Denim como eixo principal da marca
Ainda que as vendas da marca sejam bastante equilibradas entre os artigos denim e os não denim (52% denim e 48% não denim), a ganga volta a estar no centro da estratégia da Salsa Jeans. Com sede em Famalicão, onde conta com uma unidade industrial que inclui lavandaria, tinturaria e acabamentos especiais, a empresa tem como trunfo o facto de conseguir transformar uma ideia numa peça no mesmo dia, graças a toda a estrutura reunida no mesmo local. E, sublinha o CEO, é essa organização que permite à marca “ter todos os anos uma oferta de calças super diversificada”.
Jeans for everybody (jeans para toda a gente) é, aliás, um dos quatro valores fundamentais da marca, remetendo para o facto de haver “um par de Salsa Jeans para cada tipo de corpo e cada momento”. A este somam-se outros três pilares que funcionam como bússola para a estratégia da empresa: Proudtuguese, um conceito relacionado com o orgulho da marca em ser portuguesa e que ganhou recentemente forma, por exemplo, na coleção lançada em parceria com o arquiteto Siza Vieira; Craftsmanship, uma referência aos artesãos que trabalham em cada etapa da criação de um par de Salsa Jeans, do molde aos acabamentos; e, por fim, Pessoas & Planeta, onde se englobam as iniciativas da empresa em matéria de sustentabilidade, entre as quais se destaca, por exemplo, o projeto Infinity, focado na reparação de peças.
Pilares para uma marca que, em última instância, vende muito mais do que jeans, como conclui Hugo Martins: “Nós não vendemos jeans, vendemos confiança. O que os nossos jeans fazem é dar um boost de confiança adicional.”
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