O empresário brasileiro Roberto Cardassi, diretor da empresa BlueBenx, foi detido pela Polícia Judiciária de Portugal, em Braga, suspeito de aplicar golpes financeiros e lavagem de dinheiro que somam pelo menos R$ 160 milhões. Segundo as investigações, a companhia, que criou sua própria criptomoeda e prometia retornos de até 66%, alegou que sofreu um ataque cibernético e bloqueou os saques dos investidores. Assim, o homem passou a ser procurado.
De acordo com a coluna “Portugal Giro”, do jornal “O Globo”, a empresa foi fundada em 2017 e o suposto ataque cibernético teria ocorrido em 2022. A partir daí, os investidores não tiveram mais acesso ao dinheiro e Cardassi não foi mais encontrado para dar explicações. O homem teria fugido após receber uma série de ameaças de morte.
A Justiça brasileira emitiu um mandado de busca internacional e o empresário acabou sendo localizado e detido em Portugal. Conforme a Polícia Judiciária, o brasileiro “participou ativamente na promoção e gestão dos produtos financeiros, atraindo investidores com promessas de elevados rendimentos e liquidez imediata”.
Nesse processo, ele “lançou a sua própria moeda digital, iniciando negociações com várias bolsas. Alegando um ataque de hackers, a empresa enviou e-mails aos clientes informando a suspensão dos pagamentos, não tendo estes conseguido recuperar os montantes investidos”, ressaltaram as autoridades portuguesas.
Ainda segundo a corporação, o brasileiro foi levado ao Tribunal de Guimarães, que determinou que se apresente a cada três semanas em uma delegacia enquanto aguarda a conclusão do processo de extradição para o Brasil. Se condenado por lavagem de dinheiro e estelionato, ele poderá pegar até 10 anos de prisão.
As defesas de Cardassi e da empresa BlueBenx não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.