Friday, November 15, 2024

Preços das casas aceleram no mundo – em Portugal sobem 6,5% num ano

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A venda de casas em Portugal (e na Europa) caiu ao longo de 2023, provocando um arrefecimento na subida dos preços. Mas as recentes descidas dos juros no crédito habitação e o ganho de poder de compra, por via da desaceleração da inflação, estão a ajudar na recuperação do mercado de compra e venda. Estes fatores, aliados à falta de oferta de habitação, ajudam a explicar o facto de os preços das casas em Portugal terem registado um crescimento anual de 6,5% no início deste ano, que é superior à subida do custo da habitação a nível mundial (+3,6%). O que também salta à vista é que estes fatores estão a “acelerar o crescimento global dos preços das casas”, conclui o mais recente relatório da Knight Frank analisado pelo idealista/news.

Subida do preço das casas a nível global está a acelerar – porquê?

Ao analisar 56 países do mundo, a Knight Frank concluiu que o preço das casas (médio) registou um aumento de 3,6% entre o primeiro trimestre de 2024 e o mesmo período do ano passado. E este crescimento é superior ao registado no final de 2023, indicando que o custo da habitação está a acelerar a nível global – mas continua inferior à média dos últimos 20 anos (+5,6%).

“Com os custos da dívida a começarem a descer lentamente e com a oferta limitada de casas à venda, o crescimento dos preços da habitação nos mercados analisados ​​cresceu 3,6%, em média, no primeiro trimestre de 2024 face ao período homólogo, mais 4 pontos percentuais do que no trimestre anterior (+3,2%)”, destaca o relatório do Global House Price Index, elaborado pela Knight Frank.

O que também salta à vista é que os preços das casas subiram na maioria dos países no último ano. Isto é, as casas à venda ficaram mais caras em 45 dos 56 mercados analisados pela consultora internacional (Portugal incluído). “Muitos mercados estão a sofrer com a falta de casas para vender, bem como com a lentidão na entrega de casas novas, o que faz com que uma procura de habitação relativamente saudável empurre os preços para novos máximos”, explica Liam Bailey, chefe global de research da Knight Frank, alertando que, contudo, só os custos mais baixos do crédito habitação “vão apoiar este crescimento no longo prazo”.

Por outro lado, como a inflação continua elevada em muitos mercados globais, a evolução dos preços reais das casas permanece negativa. Tendo em conta a inflação, o preço da habitação terá caído 0,4%, em média, nos últimos 12 meses. “O crescimento dos preços reais é hoje 3,3 pontos percentuais inferior à média de longo prazo (últimos 20 anos), de 2,9%”, indica o documento.

Em que países é que os preços das casas mais sobem?

Tendo em conta os 56 países analisados, foi na Turquia onde os preços das casas mais subiram entre os primeiros três meses de 2024 e o mesmo período do ano passado (+52%). Este crescimento indica que a “inflação doméstica continua a impactar significativamente o mercado residencial do país”, lê-se no relatório.

A lista de maiores subidas dos preços das casas segue com dois países da Europa do Leste: a Bulgária (+16%) e a Polónia (+13%). A completar o top 5 dos maiores crescimentos do custo da habitação estão a Colômbia (+12%) e Taiwan (+10,5%). Além destes, também na Grécia (10,4%) se observou um aumento dos preços a dois dígitos.

De notar ainda que “o mercado australiano, com crescimento de 7,5% nos últimos 12 meses, teve uma forte recuperação face ao ano passado, quando os preços estiveram sob pressão devido ao aumento das taxas de juro”, refere o documento.

Também os EUA registaram um crescimento expressivo dos preços das casas de 6,5% no último ano, que poderá ser explicado pela falta de oferta de habitação, muito embora os juros no crédito habitação continuem elevados e a pesar neste mercado.

Em Portugal, os preços das casas para comprar também aumentaram 6,5% entre o primeiro trimestre de 2024 e o período homólogo, sendo um dos 27 países onde o custo da habitação cresceu mais do que a nível global (+3,6%) neste período. Aliás, esta subida do preço da habitação no nosso país foi a 14ª mais elevada entre os 56 países analisados. Espanha também apresentou um crescimento dos preços acima da média global (4,3%).

Entre as menores subidas dos preços das casas para comprar está o Reino Unido (+1,6%), refletindo um abrandamento contínuo deste crescimento à medida que os elevados custos dos créditos da casa continuam a impactar negativamente o acesso à habitação no país. Também em Itália a subida dos preços das casas foi de apenas 1,7% no último ano.

Casas à venda: preços descem em 8 países europeus 

No entanto, em 11 mercados globais os preços das casas desceram neste período. E oito deles são países europeus, nomeadamente Luxemburgo (-14,4%, a maior queda de todas), Finlândia (-7%), Jersey (-6,3%), Eslováquia (-5,2%), França (-5,2%), Alemanha (-3,9%), Áustria (-2,6%) e República Checa (-1,3%). Segundo explica a Knight Frank, “França e Alemanha estão a sentir os efeitos de um crescimento económico mais lento e da inflação elevada nos últimos 12 meses”.

Por sua vez, “Hong Kong está atrás de outros mercados globais importantes, com uma queda de 11,6% nos preços nos últimos 12 meses. Uma economia mais lenta levou a uma reavaliação do mercado”, lê-se ainda. Também na China, onde o setor imobiliário está em crise, os preços das casas continuaram a descer (-3,7%).

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