Wednesday, July 3, 2024

“Portugal sem imigração vai fechar”

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Em entrevista à agência de notícias Lusa, quando completa um ano como chefe da CVP, António Saraiva disse que a tendência de crescimento dos pedidos de apoio continua e revelou que nos últimos três anos, o apoio a pessoas sem-abrigo e vítimas de violência doméstica é o que mais aumentou.

Especificamente em relação ao fenômeno da falta de moradia, ele citou como explicação o aumento generalizado do custo de vida, que resultou em algumas famílias não conseguirem mais pagar todas as suas despesas.

“Isso atingiu alguns dos grupos populacionais mais desfavorecidos, aos quais, na minha opinião, se soma um número significativo de refugiados porque não há uma política econômica de imigração como deveria haver”, argumentou.

Na opinião de António Saraiva, “há uma abertura numa perspectiva excessiva”.

“Acabamos por encontrar um grupo de pessoas na rua que precisamos auxiliar e ajudar na sua integração ou, pelo menos, na sua colocação em lugares mais dignos”, disse, dando como exemplo o trabalho que a Cruz Vermelha tem feito em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa no direcionamento dos sem-abrigo que vivem na zona dos Anjos.

De acordo com o presidente da CVP, atualmente há “um número de pessoas vivendo nas ruas que antes não eram tão grandes”, seja por causa de situações de vulnerabilidade social ou casos de “refugiados enganados pelos empregadores”.

Para António Saraiva, é claro que “Portugal sem imigração fecha”, mas, ao mesmo tempo em que defendeu a necessidade de imigração, também apoiou políticas económicas de imigração, voltadas “fundamentalmente para aqueles que têm situações esclarecidas”.

“Uma política de imigração nas suas origens, com campanhas”, apontou, lembrando uma feira de emprego realizada em Cabo Verde, ainda durante o governo de António Costa, com vista a “atrair trabalhadores com condições e emprego garantido”.

Ele criticou que essa política tenha terminado “abruptamente”, apontando que esse tipo de medida precisava de tempo de transição e que seu fim foi o motivo da necessidade de “regras que necessariamente precisam ser reforçadas”.

Ele também disse acreditar que devem haver regras e critérios claros, “que todos saibam e que todos cumpram”, que sejam devidamente divulgados tanto para quem vem quanto para quem os recebe.

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