No segundo trimestre do ano, os residentes em Portugal realizaram 4,9 milhões de viagens, número que ficou 13,4% abaixo do registado em igual período de 2023, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou esta segunda-feira, 28 de outubro, os dados relativos à procura turística dos residentes, entre abril e junho.
“No 2.º trimestre de 2024, as viagens dos residentes em Portugal mantiveram a trajetória de decréscimo iniciada no 1.º trimestre de 2024, -13,4% (-7,8% no 1ºT 2024), totalizando 4,9 milhões”, lê-se no comunicado do INE que acompanha os dados e que diz que as viagens dos residentes em Portugal caíram tanto a nível nacional como ao estrangeiro.
Segundo o INE, as viagens em território nacional a recuaram 15,4%, atingindo os 4,1 milhões e representando 83,7% do total, enquanto as viagens com destino ao estrangeiro desceram 1,5% e registaram o primeiro decréscimo desde o segundo trimestre de 2021, totalizando 799,9 mil, o que representa 16,3% do total.
“O número de viagens diminuiu em abril e maio (-36,7% e -2,7%, respetivamente), mas aumentou em junho (+4,4%)”, revela o INE, indicando que o “lazer, recreio ou férias” manteve-se como a principal motivação para viajar, com 2,4 milhões de viagens, ainda que estas tenham descido 12,2% face ao mesmo período do ano passado.
As viagens a “lazer, recreio ou férias” representaram, no segundo trimestre do ano, 49,0% do total, o que traduz uma subida de 0,6 p.p. face ao mesmo período do ano passado, seguindo-se a “visita a familiares ou amigos”, que também registou um decréscimo de 12,1%, com 1,9 milhões de viagens e representando 38,4% do total, o que indica um aumento de 0,6 p.p. face a trimestre homólogo do ano passado.
Já as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” decresceram 16,8%, totalizando 375,0 mil deslocações entre abril e junho, que corresponderam a 7,7% do total, o que revela uma descida de 0,3 p.p. face ao segundo trimestre de 2023.
O INE diz também que o “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação dos residentes para viajarem “quer em território nacional (45,5% das deslocações nacionais, 1,9 milhões de viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (peso relativo de 66,9%, 535,0 mil viagens)”, seguindo-se a “visita a familiares ou amigos”, com 42,6% do total das deslocações em território nacional (1,7 milhões de viagens) e 16,7% das deslocações ao estrangeiro (133,8 mil viagens).
Os motivos “profissionais ou de negócios”, por sua vez, foram a terceira principal razão dos residentes para viajar, quer nas deslocações nacionais (6,3% do total; 259,7
mil viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (14,4%; 115,3 mil viagens).
A aumentar esteve a marcação prévia das viagens, que foi utilizada em 43,1% das viagens dos residentes entre abril e junho, com destaque para as deslocações com destino ao estrangeiro, onde foi “dominante” (94,2%; +2,9 p.p.), ao contrário das viagens nacionais, em que foi utilizada apenas em 33,1% (+4,5 p.p.).
“No processo de organização das viagens, o recurso à internet foi utilizado em 30,0% das deslocações (+4,4 p.p.), tendo maior representatividade na organização de viagens ao estrangeiro (67,6% do total, +2,8 p.p.) do que nas viagens território nacional, em que a utilização deste recurso representou 22,7% do total (+3,6 p.p.)”, acrescenta ainda o INE.
Quanto ao tipo de alojamento, os dados do INE mostram que o “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento, representando 58,3% do total e tendo acolhido 10,1 milhões de dormidas nas viagens de residentes no segundo trimestre deste ano.
“Este tipo de alojamento teve maior prevalência nas viagens motivadas pela “visita a familiares ou amigos” (86,3% do total) e nas deslocações em “lazer, recreio ou férias” (42,9%)”, apurou o INE, indicando que os “hotéis e similares” foram a segunda principal opção de alojamento, concentrando 26,4% das dormidas (4,6 milhões).
Segundo o INE, os “hotéis e similares” foram “a principal opção nas dormidas em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” (44,6%), tendo sido a segunda opção nas dormidas em viagens motivadas por “lazer, recreio ou férias” (38,4%)”.
Menos turistas mas com viagens mais longas
Os dados do INE mostram também que, face ao segundo trimestre de 2023, cada viagem teve uma duração média de 3,52 noites, o que traduz um aumento face às 3,36 noites contabilizadas em trimestre homólogo do ano passado.
A duração média mais longa foi registada em junho, chegando às 3,98 noites quando em junho de 2023 estava nas 3,84 noites, enquanto a mais baixa aconteceu em abril, com 3,19 noites, ainda assim acima das 3,17 de abril de 2023.
Os dados do INE mostram ainda que, entre abril e junho, houve uma menor proporção de residentes a realizar viagens turísticas, uma vez que este valor desceu 2,7 p.p. face ao mesmo período ano passado, com apenas 21,9% dos residentes a realizaram pelo menos uma deslocação turística.
Numa análise mensal, acrescenta o INE, “a proporção de residentes que realizou pelo menos uma viagem diminuiu em abril e maio (-5,2 p.p. e -0,1 p.p., respetivamente), tendo aumentado em junho (+0,6 p.p.)”.