Sunday, December 22, 2024

Portugal ainda no radar

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Os dados mais recentes do INE indicam que menos casas estão sendo vendidas em Portugal, com o número de transações caindo 4,1% no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período do ano passado e 3,1% em relação aos últimos três meses do ano passado. Eles também mostram que a queda nas transações foi mais significativa por parte dos compradores estrangeiros, coincidindo esse cenário com o fim do regime para residentes não habituais (RNH), nos termos antigos, e o fim dos vistos dourados para investimento imobiliário:

No entanto, apesar desses dados e da instabilidade legislativa que existe em Portugal — um dos obstáculos destacados por vários players do setor imobiliário com vista à chegada de novos investidores — o país permanece no radar, com “otimismo” sendo a palavra de ordem. João Teodoro, presidente do Conselho Federal de Corretores Imobiliários (COFECI) — Conselho Regional de Corretores Imobiliários (CRECI) do Brasil, e Anthony Domathoti, presidente da mediadora norte-americana EXIT Realty Premium, compartilharam suas opiniões sobre o mercado com idealista/news

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Investimento norte-americano

“Há um grande interesse por parte dos investidores norte-americanos em Portugal. 2023 foi um pouco ‘calmo’, no entanto, em 2024, no primeiro e segundo trimestres, houve um grande crescimento. E prevejo que o terceiro e o quarto trimestres do ano serão excelentes. E 2025 será ainda mais magnífico”, estima Anthony Domathoti, destacando que “2025 e 2026 serão anos cruciais para Portugal” e que os investidores, particularmente norte-americanos, “não estão mais investindo tanto” em países como

Espanha e Itália.

De acordo com Domathoti, que falava ao idealista à margem da segunda edição da Convenção APEMIP Imocionate 2024 — realizada em 5 de julho de 2024, em Lisboa —, os investidores norte-americanos estão de olho em vários segmentos de imóveis, particularmente residenciais de luxo, varejo e hospitalidade.

“Os fundos de investimento imobiliário (REITs) estão comprando ativos em todos os segmentos de mercado. É apenas uma questão de tempo até que a hospitalidade se torne fundamental. Estou falando de um potencial tipo de investidor relacionado, por exemplo, ao Alojamento Local (AL). Em Lisboa [novas inscrições] estão proibidas, mas fora da capital é onde o foco está agora. Eles estão olhando para esse tipo de negócio, fazendo perguntas”, revela Anthony Domathoti

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Quando questionado sobre por que Portugal é atraente, o especialista elogia, por exemplo, a recuperação pós-pandemia do país. E ele considera que os preços de compra de imóveis são mais baixos do que em outras áreas. “Os investidores dos EUA estão analisando o retorno do investimento e veem essa questão de uma forma muito prática. [Depois de] Portugal ser um país muito pacífico, é economicamente estável e tem uma presença muito grande”, diz ele, antecipando que grandes grupos e/ou fundos como KKR, Blackstone e Cerberus investirão

pesadamente no país em breve.

Investimento brasileiro

Um cenário otimista também é visto entre os investidores brasileiros. João Teodoro, presidente do Conselho Federal de Corretores Imobiliários (COFECI) — Conselho Regional de Corretores Imobiliários (CRECI) do Brasil, lembra que “Portugal sempre despertou grande interesse no Brasil por causa” das raízes que existem entre as duas nações, com ainda muitas pessoas que mantêm laços

familiares.

“Portugal tem aproximadamente 10 milhões de pessoas, no Brasil, temos 216 milhões. Se estratificarmos os números, digamos, para 2% ou 3%, teremos cerca de 5 milhões de pessoas com poder aquisitivo muito alto. E essas pessoas gostam muito de Portugal por vários motivos. Lisboa, acima de tudo, é muito atraente em comparação com outras cidades europeias. Existe segurança, algo que hoje, infelizmente, nos falta no Brasil. Na verdade, em toda a América Latina. E isso atrai muita gente. A linguagem também é outro fator muito relevante”, explica.

Reiterando que “não há grande diminuição do interesse por parte dos investidores brasileiros” em Portugal, João Teodoro prefere colocar o dedo em outra ferida, “o problema do déficit na construção”, o que significa que a oferta caiu muito, levando a um potencial aumento de preços. E diz que não tem dúvidas sobre uma coisa: “Nós [investidores brasileiros] continuaremos a investir em Portugal”.

“Não há uma grande diminuição no interesse por parte dos investidores brasileiros. (…) Continuaremos a investir em Portugal.”

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