Wednesday, July 3, 2024

Novo aeroporto de Lisboa vai ser construído em Alcochete

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Depois de 50 anos de estudos e análises, foi escolhida da localização do novo aeroporto de Lisboa: Alcochete. Foi esta terça-feira, dia 14 de maio, que o Governo de Montenegro aprovou a construção da nova infraestrutura no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI). O futuro aeroporto internacional na capital deverá entrar em funcionamento em 2034, data após a qual deverá ser desmantelado o atual Humberto Delgado.

“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, anunciou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros que se realizou esta terça-feira.

Foi no passado dia 11 de março, que a CTI publicou o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, apontando ainda que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.

Para o primeiro-ministro, a opção por um aeroporto único é a “solução mais adequada aos interesses estratégicos do país”. “Alcochete, em particular, garante margem de expansão física, acomodação de procura até praticamente o triplo da atual, a salvaguarda da manutenção e do crescimento possível do ‘hub’ da TAP em Portugal”, defendeu Luís Montenegro.

A construção do novo aeroporto na capital – assim como o investimento associado – vai ser da competência da concessionária ANA. O Governo não vai onerar o Orçamento do Estado “em um euro” o desenvolvimento do aeroporto em Alcochete, adiantou Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação. O custo da sua construção estimado pela CTI rondava os 6,1 mil milhões de euros, mas o Executivo admite que o investimento deverá ser superior.

TAP, ANA e autarcas aplaudem decisão

Ao conhecer a decisão do Governo, presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, disse estar “satisfeito, porque, embora não estando no território de Alcochete, mas tendo em conta a proximidade da vila de Alcochete ao epicentro de todas as decisões, entendo que os danos colaterais desse investimento são positivos para a minha terra e para a minha gente”.

Por sua vez, o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, garantiu que o concelho “está preparado e disponível” para acolher o novo aeroporto da região de Lisboa e “servir os interesses país”. “Para a região de Benavente é seguramente uma boa noticia, porque vai assegurar o desenvolvimento e melhorar as condições de vida da nossa população […] e estamos preparados para receber uma infraestrutura desta natureza”, disse o autarca de Benavente, em declarações à Lusa.

Também o presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, saudou a decisão do Governo sobre o novo aeroporto da região de Lisboa, pedindo que a construção se desenrole “o mais depressa possível e com o mínimo de obstáculos”.  “O novo aeroporto tem uma história muito longa e que não nos orgulha a todos. Haver uma decisão e haver um processo que começa agora, acho que é saudável para todos e ainda bem que assim é”, disse Luís Rodrigues, em declarações aos jornalistas em Londres, onde esteve para comemorar o 75.º aniversário da ligação aérea Lisboa-Londres.

Por seu turno, a ANA Aeroportos diz que está disponível para trabalhar de imediato na decisão do Governo de avançar com um aeroporto em Alcochete e de aumentar a capacidade da Portela até à entrada em funcionamento da nova infraestrutura. Assim, a ANA garantiu que “vai dar seguimento ao processo de desenvolvimento desta decisão, nos termos do Contrato de Concessão”.

Também Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, saudou a decisão do Governo, considerando que “Alcochete era a melhor localização”. E dá nota “do apoio inequívoco do PS” por podermos avançar com a solução em Alcochete“. “O apoio do PS era importante para garantirmos esta estabilidade ao longo do tempo para que não voltemos para trás”, disse Pedro Nuno Santos, lembrando que Portugal está há “mais de 50 anos à espera de decidir a localização do aeroporto“.

Qual o futuro do aeroporto Humberto Delgado?

Para já, o aeroporto Humberto Delgado deverá ser intervencionado de forma a aumentar a sua capacidade. O Executivo delineou um plano de obras para o aeroporto da Portela, “que cumpra os investimentos adiados para a qualificação dos serviços já prestados e lhes acrescente investimentos que permitam maior capacidade operacional de movimentos por hora”, revelam em nota publicada no site oficial do Governo.

Mas assim que o novo aeroporto de Alcochete entrar em funcionamento em 2034, esta infraestrutura deverá ser desmantelada. Foi neste sentido que o ministro das Infraestruturas e Habitação prometeu avaliar com autarcas, associações e até moradoras formas de reutilizar os terrenos onde atualmente se localiza o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

“Aqueles solos, não tenhamos dúvidas, têm de ser descontaminados: houve uma infraestrutura aeroportuária que trabalhou ali durante quase uma centena de anos, mas é possível, vamos encontrar, em conjunto com os autarcas da região, com o Estado central, com as várias associações, com moradores do espaço envolvente, uma forma de reutilizar aquele espaço”, assegurou.

Miguel Pinto Luz defendeu ainda que, “em diálogo estreito com a Câmara Municipal de Lisboa, o Estado português, os vários ministérios”, possa ser desenvolvida “uma nova centralidade” nos terrenos da Portela onde se localiza atualmente o aeroporto Humberto Delgado.

*Com Lusa

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