Sunday, November 24, 2024

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No discurso de abertura do 49.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, admitiu que o setor da distribuição “atravessa, porventura, o melhor momento de sempre, se falarmos de vendas, de recuperação de balanços, de resultados, de emprego ou de remunerações pagas, provando que mantém uma fantástica vitalidade e uma posição de charneira intocada e intocável, quer no que concerne a incoming, quer no que respeita às viagens dos portugueses, em trabalho ou em férias”.

Referindo-se ao “Economics”, realizado pela EY para a APVT, Pedro Costa Ferreira salientou “os efeitos diretos, indiretos e induzidos, o valor económico da distribuição turística, reportado a 2022, que superou os 5,8 mil milhões de euros, valor que corresponde a cerca de 2,8% do VAB nacional e foi responsável por 126.000 postos de trabalho, 2,6% do emprego em Portugal”.

Associado ao crescimento do valor económico, a atualização do “Economics” revela que “o impacto do agregado da distribuição turística nas remunerações também aumentou significativamente face a 2019, atingindo praticamente 4 mil milhões de euros, valor que representa cerca de 3,5% do total nacional”.

Por outro lado, o presidente da APAVT assinalou “a recomposição da atividade do sector neste pós-pandemia, com um crescimento mais acentuado do incoming de lazer, que produziu, naturalmente, impactos económicos mais significativos no território”.

Depois da pandemia, “a recuperação foi notável”, afirmou Pedro Costa Ferreira, admitindo que o setor “mantém e consolidou algumas das suas características mais diferenciadoras, como sejam, por mero exemplo, a formação dos gestores e colaboradores, muito acima do padrão nacional, o contínuo aparecimento de novas empresas, confirmando a atratividade do setor, ou finalmente, e provavelmente o mais importante, o aumento da influência económica do setor, que mantém níveis de crescimento acima da média nacional”.

Referindo-se às “dificuldades acrescidas que todos estamos a sentir, na operação turística, sobretudo nas duas cidades mais importantes do país”, Pedro Costa Ferreira frisou que “a APAVT está e estará nos próximos tempos absolutamente focada em construir com as câmaras municipais, um espaço de diálogo absolutamente construtivo, visando corrigir eventuais erros e com o objetivo de construir uma mobilidade que não exclua ninguém, sobretudo que não exclua os operadores turísticos, os grupos de turistas de mais alto rendimento ou os modernos autocarros que menos poluem”.

As várias respostas do turismo
Respondendo aos críticos do turismo e aos que possuem perceções “erradas” relativamente ao turismo, Pedro Costa Ferreira disse que “o setor só pode estar feliz com os resultados alcançados”, tratando-se, segundo o mesmo, de um setor que “que cresce e é responsável por metade do crescimento do nosso país, paga um salário médio cada vez mais alto, permitiu o equilíbrio das contas externas” no qual estão “depositadas quase todas as esperanças de crescimento a curto prazo da economia portuguesa”.

Considerando que o turismo é um setor que “está a ser muito atacado pelas más razões”, Pedro Costa Ferreira frisou que “temos de impedir que estas se transformem em narrativas normalizadas e comummente aceites como verdade”.

“O Turismo não destruiu o centro das cidades, afastando de lá as pessoas”, considerou Pedo Costa Ferreira, salientando ainda que “antes do turismo não havia pessoas a viver no centro das cidades. Ninguém queria viver em zonas degradadas, sujas e perigosas. Foi o Turismo que recuperou as cidades, colocando residentes no seu centro”.

Por tudo isto, o presidente da APAVT destacou que o turismo “não apagou a genuinidade nem as tradições dos bairros históricos das cidades” e que “a memória dos contestatários é curta, os bairros históricos não eram típicos, nem genuínos, eram pobres”.

“O Turismo não acabou com as lojas históricas, não desvirtuou os monumentos históricos, que estavam degradados e afastados dos seus verdadeiros donos, que são as pessoas, o Turismo recuperou os monumentos e abriu as suas portas às pessoas, lutando contra um grupo culturalmente caduco, disfarçado de elite, que continua a querer impedir que as pessoas disfrutem livremente do património que é de todos”.

Finalmente, relativamente ao tema da imigração, Pedro Costa Ferreira considerou que foi o setor do turismo “que melhor integrou imigrantes nas suas estruturas de produção, atenuando problemas sociais e permitindo que tenhamos uma ténue esperança de renovação demográfica”.

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