Publicado em
20 de mar. de 2024
A designer de moda luso-venezuelana, Katty Xiomara, radicada no Porto, que chegou a integrar o conselho consultivo da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, foi apontada como implicada na Operação Maestro de alegada mega fraude, com fundos europeus, juntamente com o empresário Manuel Serrão que dirige há 30 anos a ASM – Associação Selectiva Moda constituída em 1992, e considerado o principal mentor do esquema.
Katty Xiomara integrou o calendário do Portugal Fashion (PF) em 1998 quando Manuel Serrão o dirigia. Registou a sua marca em 2001 e começou a ter uma grande projeção a partir de 2005. Com o apoio do PF atualmente despido de fundos (ou mais precisamente com o suporte de fundos europeus), levou as suas coleções às semanas da moda de Milão, Nova Iorque e Paris entre 2013 e 2017.
Mais destacamos as suas muitas parcerias, como as fardas da Livraria Lello, McDonald’s Portugal, ou Hotel Sheraton Porto; e ainda o patrocínio da japonesa Sanrio para desenvolver uma cápsula da Hello Kitty, em Milão.
Ao longo de 26 anos, a venezuelana filha de pais portugueses tem conseguido efetivamente manter o negócio de moda de autor considerado insustentável para a maioria dos colegas portugueses, claro está valendo-se de múltiplos apoios, como frisa o jornal Público.
Por sua vez o ECO, confirma que o Jornal T (cofinanciado pelo Compete) – fundado em 2015 para divulgar a indústria têxtil e de vestuário portuguesa, como propriedade da ATP, com instalações na AEP – Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria – é dirigido por Manuel Serrão, assim como conta com colaborações permanentes de Katty Xiomara e do jornalista Júlio Magalhães (acionista da No Trouble e sócio-gerente e beneficiário efetivo da House of Learning, que já suspendeu funções na TVI e Rádio Observador).
Isto, para além dos artigos de opinião de Paulo Vaz (diretor geral da ATP), e de uma ligação com o CITEVE – Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, também na mira das autoridades que investigam o caso.
A ASM controlada por Manuel Serrão recebeu a esmagadora maioria dos 38,9 milhões de euros de alegado desvio de fundos europeus, confirma ainda o jornal económico digital.
Na lista de implicados constam também Nuno Mangas, presidente da comissão diretiva do Compete 2030 (desde 2018 no cargo); António Sousa Cardoso, que liderou a Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva, ambos ligados às sociedades No Less e House of Project – Business Consulting.
Como reforça o Público, o caso envolve gestores de fundos comunitários e organismos intermédios como a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, ou autoridades de gestão (Compete).
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