Friday, September 27, 2024

Grupos de media dizem ser “reféns” da Google

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Editores de jornais foram ouvidos no julgamento em que o Departamento de Justiça dos EUA acusa a gigante tecnológica de monopólio ilegal na publicidade online.


Sónia Dias
22 de Setembro de 2024 às 01:30





Executivos de grupos de media como News Corp. ou ‘Daily Mail’ foram ouvidos no Tribunal da Virginia, no caso que opõe o Departamento de Justiça dos Estados Unidos à Google, sendo esta acusada de monopolizar o mercado dos anúncios digitais.Stephanie Layser, ex-diretora comercial da News Corp. – dona do ‘The New York Times’, ‘The Sun’ e da Fox – disse que a empresa se sentia como se estivesse “refém” da Google devido à dificuldade de migrar para outras ferramentas de tecnologia de anúncios. Ela descreveu o sistema de anúncios da tecnológica como “desatualizado e ineficiente”, mas ainda assim “essencial”, explicando que a empresa da Alphabet exerce tanta pressão sobre o mercado que os clientes não vão embora, mesmo perante condições desfavoráveis, uma vez que não existem alternativas ou concorrentes.
Já Matthew Wheatland, diretor digital do ‘Daily Mail’, disse que a Google impede os editores de investirem no jornalismo. “Somos um editor de notícias que produz conteúdo que acreditamos que os americanos consideram importante e interessante, e a monetização que recebemos é gerada por publicidade gráfica veiculada pela Google”, começou por explicar. “A supressão dos preços para os editores pela Google, em última análise, reduz as receitas dos editores.”O julgamento na Virginia arrancou a 9 de setembro, apenas um mês depois de um juiz do Distrito de Columbia ter declarado que a Google opera um monopólio ilegal nas pesquisas online. Agora é a vez da gigante da Internet ser julgada pelo seu papel no mercado publicitário, onde é acusada de controlar 90% dos servidores e 85% das redes de anúncios, prejudicando empresas de media.As ferramentas de publicidade da Google geraram mais de 75% da sua receita em 2023, cerca de 275 mil milhões de euros.O juiz espera que o julgamento fique concluído até agosto de 2025, cabendo agora à Google apresentar as suas testemunhas.





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