O Pixel Watch 3 é, como o próprio nome indica, a terceira iteração de um produto que a Google vem aperfeiçoando ao longo dos últimos dois anos. Chegou a Portugal com preço a começar nos 399 € e a promessa de várias melhorias essenciais.
Testei o Pixel Watch 3 ao longo das últimas duas semanas e pu-lo à prova em vários desafios, desde sessões de corrida até dormir com o equipamento para ver como se porta na medição do sono. Neste artigo, conto-te a minha experiência com o mesmo.
Unboxing e emparelhamento
O unboxing do Pixel Watch 3 segue as linhas dos restantes produtos lançados pela Google nas últimas semanas. O produto chega numa caixa onde aparece em destaque, com acabamento em papel reciclado. No interior encontra-se o mesmo em primeiro plano. Ainda no interior da caixa estão as braceletes, com duas opções de tamanhos.
Isto significa que, independentemente do tamanho de relógios que escolhas (41 ou 45 mm), terás sempre uma bracelete à medida do teu pulso. O emparelhamento com qualquer smartphone Android é bastante simples. Deves instalar a app Watch, disponível na Google Play Store, e seguir os passos indicados. Se és utilizador de iPhone, este smartwatch não é para ti, já que não é compatível com iOS.
Design, construção e conforto
Uma das grandes novidades do Pixel Watch 3 é a possibilidade de escolher entre dois tamanhos: 41 mm (a nossa unidade de teste) e 45 mm). No caso, um modelo de 41 mm ajusta-se a pulsos entre 130 e 210 mm e um modelo de de 45 mm em pulsos entre 150 e 215 mm. Em todo o caso, depende sempre da tua preferência.
Embora estivesse curioso para testar o modelo maior, que até tem autonomia superior, penso que o modelo de 41 mm é o mais indicado para um pulso como o meu. O design mantém-se semelhante ao da anterior geração, pelo que continua a ser um dos smartwatches mais confortáveis de usar, com apenas 31 g de peso sem contar com a bracelete.
É um relógio que durante as tarefas do dia a dia, ou mesmo a dormir, não me incomoda minimamenteexa ter no pulso. Testei a versão com caixa em preto mate e bracelete da mesma cor em alumínio. Existem ainda versões em prateado, dourado e rosa. Em todos os casos, a construção é num alumínio polido, sendo que a bracelete que vem na caixa é em fluoroelastómero (borracha).
Ecrã
O ecrã Actua tem agora um pico de brilho de 2000 nits, duas vezes melhor que o Pixel Watch 2. Isto faz com que o smartwatch seja bem mais conveniente de usar em cenários de maior iluminação, na rua. E no interior, o brilho também consegue baixar automaticamente para níveis bastante agradáveis.
É um painel AMOLED LTPO com boas cores e excelente legibilidade e taxa de atualização variável entre 1 e 60 Hz. Conta com proteção Corning Gorilla Glass 5 e uma ligeira curvatura. Por isso, atenção aos mais desastrados que andam sempre a bater com o pulso em tudo o que é sítio.
Desempenho
Há pouco a dizer sobre o desempenho deste smartwatch e isso é o melhor elogio que se lhe pode fazer. Vem equipado com o chip Snapdragon W5 Gen 1 e acompanhado por 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento. O desempenho é irrepreensível em todos os sentidos.
O Wear OS é hoje um sistema operativo bem maduro, com bom desempenho em termos de processamento e bastante fluidez a navegar por qualquer zona da interface. A Google está de parabéns, pois existe um bom equilíbrio entre desempenho e interface.
Software e app
Em termos de software, o Pixel Watch 3 chega com Wear OS 5.0, que é a versão mais recente da interface para relógios inteligentes da Google. É um sistema operativo simples, mas repleto de funcionalidades. A parte mais interessante de ter um smartwatch com a Wear OS, é o vasto leque de aplicações que tens ao teu dispor na Play Store do relógio.
Além de poderes seguir um caminho no Google Maps ou fazer pagamentos com a Wallet diretamente no relógio, tens várias aplicações de terceiros. Por exemplo, podes sair de casa e ouvir as tuas músicas preferidas no Spotify diretamente no relógio. A Google ouviu críticas como a minha na anterior geração e a oferta de mostradores na app é hoje bem mais robusta.
Por falar em apps, na verdade terás de instalar duas apps, se quiseres tirar todo o partido do relógio. A Google prefere não misturar alhos com bugalhos, estando a personalização do relógio na app Watch e tudo o que é relativo à saúde e fitness está na app Fitbit.
A app Watch acaba por ser apenas um complemento ao relógio, onde podes fazer algumas personalizações e atualizar o produto. Na app Fitbit acabas por ter uma boa noção de todos os dados que este consegue captar de uma forma bastante simples.
Saúde, fitness e sensores
O Pixel Watch 3 é seguramente um dos melhores smarwatches para quem quer ter as benesses de pagamentos ou realizar chamadas diretamente no pulso e, ao mesmo tempo, grande desempenho na saúde de fitness. Isto porque os sensores presentes neste modelo fazem jus ao seu preço.
A nível de saúde, este é um relógio que te permite fazer todas as medições necessárias a que estamos habituados, com boa precisão, ainda que não deva ser considerado um dispositivo médico. Podes contar com bons resultados em medições como oxigénio no sangue, batimentos cardíacos ou monitorização do sono.
Um pormenor interessante é que a Fibit consegue criar uma linha com base nos padrões de atividade e frequência cardíacos ao longo de vários dias, para te fornecer um objetivo de carga cardio diário. Esta dá-te algo personalizado e ajuda a planeares melhor os teus treinos.
Para quem gosta de medir o sono, os dados também são bastante interessantes e pormenorizados. Não só temos acesso aos dados de sono leve, profundo ou REM, como vemos dados de despertar noturno, variação estimada de oxigénio e frequência cardíaca durante o sono.
Para quem é aficionado de corrida, os dados também são vários, desde a cadência de passos, ao tamanho da passada, tempo de contacto com o chão ou oscilação vertical. E é possível criares um treino de corrida personalizado, com aquecimentos, relaxamentos ou intervalos para melhorares os teus resultados.
Áudio e chamadas
Como já referi acima, o smartwatch permite receber e realizar chamadas, com a presença de microfone e altifalante. Quando isso foi necessário ouvi bem o meu interlocutor e o feedback que recebi é de que fui bem ouvido pelo mesmo.
Um pormenor importante é que na versão (por 399 €) tens ligação Bluetooth e Wi-Fi, pelo que o smartphone tem de estar por perto para aceder a essa funcionalidade. Mas existe ainda a versão com 4G LTE, que te permite associar um eSIM ao smartwatch e usá-lo de forma independente do smartphonecor para chamadas ou mensagens.
Bateria e carregamento
Uma das melhorias mais notórias neste produto face à geração anterior está na autonomia. No Pixel Watch 2 tinha dificuldades em conseguir 24 horas de autonomia, mesmo sem a funcionalidade de ecrã sempre ligado. Com o Pixel Watch 3 de 41 mm consigo ultrapassar sem problemas as 24 horas de utilização, desde que não ative o modo de ecrã sempre ligado.
Nesse caso, não há milagres e não o vejo a conseguir essas 24 horas de utilização. Na minha experiência, consegui usar o relógio um dia completo, incluindo dormir com o mesmo, e só carregar a meio do dia seguinte. O carregador, infelizmente, continua a ter pins que tornam o processo de pousar o relógio no mesmo algo que requer sempre um posicionamento perfeito.
O carregamento, no entanto, é bastante rápido. Em pouco mais de 20 minutos carrega a 50% e em cerca de uma hora faz a carga completa. Por isso, se ter pins faz com que o carregamento possa ser mais rápido, eu aprovo.
Conclusão
O Pixel Watch 3 tem um ecrã mais brilhante, bons sensores e métricas de saúde e fitness, um vasto leque de aplicações no pulso e duas opções de tamanho. Infelizmente a bateria não dá para mais que um dia de utilização e preferia um carregador sem pins, já que este exige posicionamento perfeito. Para quem quer um smartwatch com Wear OS, este segue na linha da frente.
O Pixel Watch 3 está disponível na Google Store Portugal, desde 399 €.
Google Pixel Watch 3
Tamanhos: 41 ou 45 mm
Ecrã: AMOLED, 1-60 Hz, 2000 nits
Processador: Snapdragon W5 Gen 1