Monday, November 18, 2024

FOSSA Systems abre centro em Portugal para desenvolver nanossatélites

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A FOSSA Systems foi criada em 2020 e passou de contar com os dois sócios fundadores a ter hoje 32 colaboradores, tendo entretanto desenvolvido e colocado em órbita cerca de 20 satélites de teste, para recolha de dados, através de uma ligação direta a sensores colocados em infraestruturas ou unidades móveis na Terra.

 

Já este ano, conseguiu um financiamento de 6,3 milhões de euros de um consórcio de fundos de investimento em que está incluído o Indico Capital Partners.

Este financiamento foi um dos motivos que levou a empresa a instalar-se agora em Portugal, com um centro de investigação e desenvolvimento (I+D), em Oeiras, no distrito de Lisboa, mas não o único, disse à Lusa Julián Fernández, que é um dos fundadores da FOSSA Systems.

Para além da proximidade a Espanha, Portugal oferece “disponibilidade de talento” de que a empresa precisa neste momento, disse Julián Fernández.

A empresa arrancou com o centro de I+D em Portugal com a contratação de seis engenheiros saídos do Instituto Superior Técnico (Lisboa) e da Universidade do Minho e espera nos próximos três anos aumentar o pessoal para 15 a 20 pessoas, disse o fundador da FOSSA Systems.

“E estamos em processo de procura de mais financiamento também para o centro”, acrescentou.

A atividade do centro instalado em Oeiras será a mesma da realizada na sede em Madrid: desenvolvimento e produção de tecnologia no âmbito da designada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).

Neste caso, a IoT funciona à margem das redes de Internet de alta velocidade e tem como objetivo a recolha de dados numa ligação direta entre dispositivos colocados na Terra (sensores) e outros que estão em órbita (satélites), sem passar pelas operadoras de telecomunicações ou outras redes.

É especialmente relevante para recolha de informação e monitorização de infraestrutura ou transportes em zonas remotas e tem crescido a sua aplicação em áreas como a agricultura ou o transporte marítimo, por exemplo.

É também procurada e desenvolvida por entidades governamentais, por funcionar num circuito fechado, sem envolvimento de terceiros ou operadores externos, oferecendo assim garantias de segurança que a Internet de alta velocidade não dá.

A FOSSA Systems desenvolve uma “tecnologia de satélite própria” e completa e “miniaturizou satélites”, produzindo atualmente dispositivos destes com menos de 10 quilogramas, segundo Julián Fernández.

Trata-se de dispositivos que “democratizam o acesso ao espaço”, porque são “muito mais baratos” do que aqueles que produziam as grandes empresas no passado recente, explicou.

Segundo Julián Fernández, há neste momento outras empresas a desenvolver e a produzir o mesmo tipo de tecnologia, incluindo a portuguesa Connected, mas a FOSSA Systems é pioneira no desenvolvimento de um “serviço completo”, que inclui a criação e fabricação dos satélites, sensores e outros dispositivos, mas também do próprio “serviço de conectividade”.

A empresa tem agora objetivos de prosseguir a internacionalização, mas a nível comercial, não com a abertura de centros de investigação em outros países para além de Portugal.

“O nosso foco e objetivo é ter uma rede de 80 satélites em órbita baixa que possam comunicar via satélite todo o tipo de sensores colocados em ativos em zonas remotas”, disse Julian Fernández, que referiu áreas como a logística, a agricultura, a energia ou a defesa.

O objetivo é ter os 80 satélites a operar “nos próximos anos” e a empresa espera começar a prestar serviço comercial em 2025. Segundo Julián Fernández, entre os primeiros clientes da FOSSA Systems estão empresas como a Microsoft e entidades governamentais.

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