Novos rumos de investimentos entre Brasil e Portugal: esse foi o tema que conduziu o Fórum Empresarial realizado na manhã de terça-feira (11), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. O evento foi uma realização da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a CNI, com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e com a Embaixada de Portugal.
Para debater o futuro dessas relações, estiveram presentes representantes de empresas e parceiros de negócios dos dois países, além de agentes importantes no relacionamento bilateral. O diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Floriano Pesaro, participou da abertura do Fórum e reforçou a relevância dessa relação. “Logo que iniciamos a nossa gestão, uma das primeiras missões internacionais da ApexBrasil foi justamente acompanhar a missão do Presidente Lula na 13ª Cimeira luso-brasileira, assim como no Fórum Empresarial Portugal-Brasil, em Lisboa, organizado pela ApexBrasil. Na ocasião, o Presidente Lula anunciou que a Apex havia instalado o escritório em Lisboa, o que mostrava, segundo ele, a seriedade da relação entre Brasil e Portugal”, lembrou o diretor.
De acordo com Pesaro, desde então, foram firmados 13 acordos nas áreas de educação, saúde, economia e cultura, com destaque para assinatura do Memorando de Entendimento (MoU) entre a Embraer e quatro empresas portuguesas com objetivo de impulsionar a Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal. “Essas atividades entre as nossas nações contribuíram para essa importante relação comercial, que resultou em uma corrente de comércio da ordem de USD 4,8 bilhões em 2023”, anunciou.
Desde 2019, o Brasil vem aumentando suas exportações para Portugal em uma média de 33,9%: um valor expressivo que demonstra a pujança do comércio exterior entre os países. Além disso, a partir de 2013, foram 35 anúncios de investimentos greenfield – aqueles que envolvem projetos ainda incipientes – brasileiros em Portugal.
No Fórum, o superintendente de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego, falou sobre os esforços da Confederação rumo à retomada da agenda com Portugal. “Hoje, a CNI está com uma agenda internacional revisitada em função de novos desafios e parcerias”, afirmou, em referência, também, à Nova Indústria Brasil, programa governamental lançado no começo do ano que busca promover o setor e reinserir o Brasil no cenário internacional.
O Secretário de Estado de Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, Nuno Sampaio, disse que o caminho para o desenvolvimento é articular, de forma concreta, as empresas brasileiras e portuguesas, em especial as pequenas e médias. Ele ainda destacou a importância de garantir um bom ambiente para a instalação de empresas brasileiras em Portugal, oferecendo incentivo, segurança e estabilidade jurídica. “Portugal pode ser a entrada do Brasil para Europa e pode ser facilitador de acesso para novos mercados. Estou convicto de que há muito potencial entre os dois países”, afirmou.
A agenda de sustentabilidade das entidades participantes, envolvendo temas como segurança energética, descarbonização e inovação, tomou conta dos debates que se sucederam após a abertura do Fórum.
Painéis
Para debater oportunidades, agenda ESG e o futuro das relações bilaterais com Portugal, dois painéis foram realizados. O primeiro deles foi o “Investimento Bilateral: oportunidades, incentivos e setores em destaque”.
Daniel Elias, CEO da 4ª maior empresa de petróleo e gás no Brasil, a Petrogal Brasil, contou que, até o momento, já foram investidos mais de 5 bilhões de euros no Brasil. “O Brasil é a geografia fundamental da Petrogal Brasil. Um país que fala a mesma língua e com o qual temos muitas afinidades”.
Também participaram do painel Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, que falou sobre os desafios da neoindustrialização e a parceria com Portugal para superar obstáculos; e Marcello Cabral, diretor de Novos Negócios da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), que apresentou o potencial do setor no Brasil.
O segundo painel trouxe o tema “Negócios e agenda ESG: caminhos para inovação”. Participaram do debate o gestor executivo de Sustentabilidade da empresa Energias de Portugal (EDP), Dominic Schmal; a diretora-executiva da Associação Portuguesa de Certificação (APCER), Alessandra Costa; a coordenadora de Meio Ambiente da Petrobras, Juliana Bevilaqua e o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo. Os painelistas compartilharam ações e projetos de suas empresas voltados para o compromisso com a descarbonização, bem como com o desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental. Mais uma vez, a matriz energética limpa do Brasil e sua capacidade de inovação ganharam destaque em um seminário internacional.
Fonte: ApexBrasil.