Wednesday, July 3, 2024

Filme português vence prémio

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Os prêmios da 35ª edição do Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille), anunciados hoje, concederam ao longa-metragem de Ico Costa o Prix Européen des Lycéens Fondation Vacances Bleues (Fundação Blue Holidays), voltado para novos talentos e a descoberta de novas cinematografias, e uma menção honrosa no Prix de L’École de la 2e Chance, também conhecido como o Prix de la Hope, apoiado pela Academia de Ciências, Letras e Artes de Marselha

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Os júris dos prêmios do Festival de Marselha são compostos, respectivamente, por estudantes do ensino médio, envolvendo este ano estudantes de escolas na Grécia, Espanha e Alemanha e do sistema de ensino profissional da região.

“O ouro e o mundo” é o segundo longa-metragem de Ico Costa e foi rodado em Moçambique, onde o diretor tem trabalhado nos últimos anos. O filme estreou internacionalmente no Festival de Marselha, poucas semanas depois de ter sido premiado como Melhor Longa-Metragem Portuguesa no festival IndieLisboa

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Sobre a produção de “O Ouro e o Mundo”, uma coprodução francesa, Ico Costa explicou que o filme foi adiado várias vezes devido à pandemia, e as circunstâncias no terreno acabaram por ditar que fosse feito com “uma equipe pequena e o mínimo de equipamento”.

O Grande Prêmio da Competição Internacional nesta edição do Festival de Marselha foi para “bluish”, uma produção austríaca dirigida por Lilith Kraxner e Milena Czernovsky, que já foi definida como um testemunho da Geração Z, ao retratar dois personagens, na casa dos vinte anos, que vagam por uma cidade, em dias escuros de inverno.

“If I Fall, Don’t Pick Me Up”, do irlandês Declan Clarke, ganhou a Menção Especial do Júri na Competição Internacional. O longa-metragem se concentra em Berlim, em 1974, quando o jovem diretor Walter Asmus, então com 32 anos, assume como assistente do dramaturgo Samuel Beckett, 68 anos, que pela primeira vez dirigirá seu clássico “À Esperando Godot”. Ao editar a obra no palco, o filme documenta o início de uma amizade que não terminou após a morte do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura

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O Prêmio Georges de Beauregard, que homenageia o produtor francês e apoia a pós-produção de um filme na Competição Internacional, foi para “Todo documento de civilización”, da argentina Tatiana Mazú González. O filme revisita a memória de uma adolescente que desapareceu há quase uma década nas mãos da polícia, no que ela chama de “um processo de escavação” em meio à agitação urbana dos limites da cidade de

Buenos Aires.

O título do filme vem da citação de Walter Benjamin: “Todo documento [testemunho] da civilização é ao mesmo tempo um documento de barbárie”.

Além de “O Ouro e o Mundo”, a presença portuguesa na competição de Marselha incluiu também “Sob a chama da candeia”, de André Gil Mata, coproduzido por Portugal e França. O filme tem planos lentos e poucos diálogos, e é o longa-metragem mais recente do diretor, depois de “A Árvore”, de 2018, e do curta-metragem “O Patio do Carrasco”, de 2023.

O programa Doc Alliance, de uma plataforma de festivais de documentários do qual o FIDMarseille faz parte, incluiu “As melusinas à beira do rio”, de Melanie Pereira, e “Like the glitch of a Ghost”, de Paula Albuquerque, além dos ‘curtas’ de coprodução minoritária portuguesa “I stumble every time I hear from Kiyv” e “Smoke of the fire”, ambos da ucraniana cineasta Daryna Mamaisur, que se estabeleceu em Portugal.

O festival contou com uma retrospectiva dos filmes do diretor brasileiro Adirley Queirós e da diretora portuguesa Joana Pimenta.

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