Thursday, September 19, 2024

Escritórios ganham força em 2024 – mas empresas querem reduzir custos

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As empresas têm vindo a empenhar-se para trazer os trabalhadores de volta aos escritórios, depois de o teletrabalho ter passado a dominar o mundo laboral nos últimos anos. E um novo estudo revela agora que o seu esforço valeu a pena: o trabalho nos escritórios na Europa está a ganhar terreno face ao trabalho remoto. Mas a maioria das empresas pensa diminuir o espaço de escritórios para reduzir custos com o imobiliário nos próximos três anos.

O estudo 2024 European Office Occupier Sentiment Survey da CBRE (que auscultou mais de 120 firmas) concluiu que, num ano, há mais empresas a usufruir dos escritórios (com taxa de utilização entre 41% e 80%) e menos empresas a ter uma utilização dos escritórios abaixo dos 41%. E revelou ainda que as grandes empresas (aquelas com 5.000 ou mais trabalhadores) “estão a obter maior sucesso na taxa de regresso ao escritório”, sendo este o “resultado tanto da dinâmica natural e dos esforços de implementação de políticas de presença, bem como do aumento da sua atividade”, explicam em comunicado enviado às redações.

Estes dados são confirmados pelo facto de haver mais trabalhadores a ir ao escritório três dias ou mais por semana este ano (43%) do que no ano passado (37%). Mas também revelam que o trabalho híbrido (que conjuga o teletrabalho com o trabalho presencial) veio para ficar.

Para André Almada, diretor de escritórios da CBRE Portugal, “o estudo diz-nos que os escritórios estão a regressar à sua vitalidade e, embora muitos considerem os atuais níveis de utilização estáveis, 30% das empresas espera ainda registar aumentos. Vale a pensa ressalvar que em 2023, a maioria [mais de 60 % dos inquiridos] afirmava esperar manter as presenças no escritório, tendo-se na realidade confirmado o aumento das mesmas. Isto demonstra de forma clara uma tendência de regresso ao escritório, superando inclusive as expectativas dos gestores”, conclui.

Maioria das empresas planeia reduzir “pegada imobiliária”

Apesar da maior dinâmica e dos níveis mais elevados de frequência nos escritórios, o mesmo estudo revela ainda que “57% das empresas inquiridas planeia diminuir a sua pegada imobiliária nos próximos três anos, o que advém do facto das empresas de maior dimensão terem, mesmo que de forma residual, espaço excedente e por consequência a possibilidade de reduzir custos imobiliários”, lê-se no documento.

Mas a redução da pegada imobiliária não é universal. Várias empresas (17%) planeiam manter o tamanho atual do seu portfólio imobiliário e outras 24% afirmaram que planeiam expandi-lo, muito devido ao crescimento do negócio.

“A maior parte das empresas que procura reduzir sua pegada planeia fazê-lo no momento de fim dos respetivos contratos de arrendamento”, explicam ainda. De notar, contudo, que 58% dos inquiridos afirmaram que irão renovar os contratos de arrendamento existentes sempre que estes continuem a ser adequados às suas necessidades. “Esta renovação é provável no atual contexto em que os proprietários mostram cada vez mais vontade de negociar e oferecer mais flexibilidade, indo ao encontro das expectativas dos ocupantes”, ainda a CBRE no comunicado.

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