Friday, November 15, 2024

DIT Portugal quer chegar às 250 agências de viagens em 2025 após mudança de filosofia

Must read

O luxo não se vê, sente-se”, quer seja em experiências de viagens de incentivo por este mundo fora, quer nos eventos nacionais e internacionais. É com esta estratégia que os dois sócios, Carlos Medeiros e Miguel Procópio, juntaram as suas experiências para criar a XJourney Travel, casando-a com a já existente Event Concept, em que uma alavanca a outra em determinadas situações. Para eles, o céu é o limite.

Miguel Procópio está no turismo há mais de 20 anos, tendo passado por várias empresas, e Carlos Medeiros estava ligado à área da produção de eventos, mesmo assim, tinha de organizar viagens direcionadas para este segmento. Trabalhando em parceria há mais de 10 anos, e porque uma coisa faltava à outra, decidiram juntar as duas experiências, o seu know-how, os dois mundos, a técnica e a produção, e há quatro anos criaram a XJourney Travel, que segundo dizem, “estamos a dar os primeiros passos”. Pensada em 2019, a empresa abre-se ao mercado no dia 1 de julho de 2020, em plena pandemia.

“Estes quatro anos têm sido muito interessantes porque não só trouxemos os clientes todos que trabalhavam connosco há 10 anos para cá, como já ganhámos cerca de 20% de novos clientes, mas ainda estamos longe de atingir o nosso objetivo”, explicou Carlos Medeiros, para referir que, recentemente “criámos um departamento de comunicação, que é liderada pela Dara Rodrigues e estamos ainda num caminho de nos encontrarmos como produtores de viagens”.

Tocar a alma das pessoas
Este empresário sublinha ainda que, “para nós uma viagem de incentivo, um FIT ou um corporativo, tem de ter o nosso cunho muito pessoal e sempre numa linha emocional. O cliente quando trabalha connosco tem de sentir a diferença no tratamento. E dizemos isto muitas vezes, não queremos ser os melhores, mas queremos ser os diferentes, queremos tocar a alma das pessoas, porque o melhor é muito relativo”.

Miguel Procópio reafirma: “Desde há muito tempo que impomos um pouco este tipo de emoção em tudo o que fazemos a nível de incentivos, e grande parte dos nossos clientes anteriores eram de incentivos, e começámos também a pôr isso nos nossos FIT, nos nossos individuais, e cada cliente que trabalha connosco sabe que, de facto, se há coisa que vai ter garantidamente, é uma experiência na viagem.

Trabalhamos muito nas experiências”. Apontou que “queremos que as pessoas continuem a ser nossos clientes porque o sentem na pele, porque há ali qualquer coisa diferente. E ao dizermos que somos diferentes e que somos out of the box, é porque walk é talk, como costuma dizer o Carlos. E, de facto incutimos isso em toda a nossa equipa”. A empresa promove, não só viagens individuais de lazer, como o chamado corporate puro e duro, mas também viagens de empresas.

Personalização acima de tudo
Apresenta-se no mercado como uma boutique and luxury travel. “O luxo e o lifestyle não são sinónimos de dinheiro, embora ajude. Podemos ir para um quadro de estrelas e podemos ter uma experiência luxuosa”, sublinha Carlos Medeiros, que acrescenta que “o luxo não é só o ouro, há as pedras preciosas e as semipreciosas, e estas custam um terço de uma preciosa e não deixa de ser luxo. É assim que fazemos com as viagens, e o que impomos no dia-a-dia à nossa empresa é a experiência em viagens que podem custar mil euros ou meio milhão, e estamos a falar por pessoa”.

“Na realidade, quem vai com um projeto de meio milhão de euros é muito dinheiro, a emoção está lá, mas também quem gasta mil, ou 1.500 euros, a nossa tentativa é que essa pessoa tenha igualmente uma experiência distinta. São coisas distintas, mas o cuidado na escolha do hotel, da companhia aérea, a maneira como ela recebe a documentação em casa, é sempre o nosso luxo”.

Já os dois sócios defendem que, “muitas vezes o luxo não se vê, sente-se”, realçando Miguel Procópio que “há certas coisas que podemos fazer pelo cliente, que quando chega, é um luxo”. Neste aspeto da personalização “tentamos evitar ao máximo os digitais. Somos fãs da tecnologia, mas também somos muito fãs de chegarmos à pessoa em papel, e como costumamos dizer muito para a equipa, o paperless não é paper nothing. Estamos a introduzir tudo o que é possível na área da sustentabilidade, mas obviamente que dentro da sustentabilidade temos meios para que o cliente receba também uma caixa com a documentação em papel reciclado, por isso, sem ferir tanto a natureza. Temos esse cuidado”, enalteceu, “como também temos, por exemplo, o aspeto da responsabilidade social criando muitos projetos ao longo dois ou três dias para ir descobrir qualquer coisa ali à volta que ainda não conhecemos e isso é um investimento muito grande e que acaba por ser uma mais-valia para o cliente que trabalha connosco. Quando chega ao pé de nós, basta-nos perguntar por um destino que, garantidamente, eu ou o Carlos já lá estivemos, ou alguém da equipa, já esteve”, realça.

Mesmo conhecendo, há a necessidade de fazer sempre um refresh todos os anos, juntamente com os seus parceiros locais, uma vez que há sempre mudanças e pequenos detalhes a considerar. “Isto é que é essa a forma de dar luxo aos nossos clientes”, reforçam. A empresa oferece o mundo inteiro, e as tendências têm sempre a ver com aquilo que o cliente pretende, “até porque são eles quem ditam as tendências”, sublinham os dois entrevistados, para Carlos Medeiros indicar que “temos duas assinaturas, o signature by you, que é aquilo que o cliente pede, e os signature by us, que são propostas que estamos a elaborar e a lançar tendências para o futuro, nomeadamente, temos agora um projeto interessante, vamos subir o Kilimanjaro, é uma das experiências que é um luxo que não vamos ver, até porque vamos dormir em cabanas rústicas, mas é o luxo que vamos ter lá, do planeta, não só em Portugal, e tentamos arrastar o nosso cliente para dentro destes conceitos”.

Viagens únicas desenhadas à medida
“Viagens únicas onde desenhamos conceitos à sua medida” é outro dos lemas da XJourney Travel. Segundo Miguel Procópio, “o nosso core business, aquilo que na realidade gostamos de fazer e pomos de facto o nosso know-how é nas viagens à medida, porque os pacotes pré-feitos pelos operadores, obviamente também os vendemos, claro que sim, e são bem feitos, têm qualidade, mas são o que são, e aí a nossa intervenção vai ser sempre muito mais reduzida”.

Neste sentido, “eu e o Carlos somos pessoas que viajamos muito o ano inteiro, investimos muito dinheiro anualmente para fazer visitas, precisamente, para conhecermos cada vez mais o mundo e podermos dar ao nosso cliente um know-how que não é só aquele que se vai buscar no Google, muito pelo contrário, fazemos questão de conhecer os destinos e de os vender de uma forma muito proactiva. Tiramos muito do nosso tempo, não é só a parte financeira, mas também pessoal, e fazemos viagens durante o ano inteiro para conhecer. Sempre que existe uma viagem colocamos mais e nosso kit de sobrevivência luxuoso, que tem a ver com todos os meios que vamos lançar, é um exemplo disso”.

Em busca da excelência
Assim, avança Carlos Medeiros: “Cada caso é um caso, nós estudamos muito o perfil dos clientes a cada momento, e neste momento estamos a lançar as tendências de 2025-2026, vamos querer ser aquilo que um fashion designer é ao longo da vida, lançar periodicamente tendências para os clientes, para eles perceberem também o que é que está a dar no momento. Isso é um objetivo”.

Além do Kilimanjaro, já há outras ideias. “Temos o Atlas, e vamos bater as montanhas todas do planeta”, realça Carlos Medeiros, sublinhando que “vamos do 8 ao 80. Neste momento estamos com um cliente a trabalhar uma volta ao mundo. Não somos nada tendenciosos, gostamos de experienciar as coisas muito exclusivas e não confiamos na nossa sombra. Tudo o que vendemos, arrisco-me a dizer, que 90% são experienciados por nós e tudo o que fazemos ao longo do ano é investir muito na área do searching, da procura de novos espaços, países, locais, hotéis. Não nos conformamos apenas com o que é bom, mas, às vezes com uma pequena diferença, procuramos o excelente. Somos teimosos”, reconhece.

Já Miguel Procópio aponta que “nenhum incentivo sai desta casa sem ter o nosso cunho, antes de tudo, na organização e no planeamento do mesmo, e depois no acompanhamento também. Portanto, ou o Carlos ou eu estamos sempre presentes. Por vezes não é possível estarmos os dois ao mesmo tempo porque temos dois incentivos ao mesmo tempo, mas na organização e no planeamento do mesmo, estamos sempre todos envolvidos. A equipa inteira está envolvida, e sempre que recebemos uma proposta, discutimo-la antes de a fazer, quando há um pedido de um cliente, sentamo-nos todos, fazemos uma reunião de produção, porque não temos o dom de saber tudo, mas partilhando entre todos vamos chegar à excelência”.

É este mesmo entusiamo que a XJourney Travel coloca quer seja um incentivo para cinco pessoas que uma empresa paga para premiar os seus colaboradores, incentivar os seus clientes ou fornecedores, ou centenas de pessoas. “Para nós, qualquer incentivo ou deslocação de grupo, é um evento, e tem de ter um detalhe, nem que seja simplesmente para participação numa feira. Há de haver um jantar ou um transfer, onde tentamos sempre colocar um cunho nosso para que a pessoa sinta o wow”, explicou Miguel Procópio.

Já Carlos Medeiros lembra que “temos uma equipa de produção e de comunicação atrás de nós que produz tudo o que são materiais para as várias áreas de negócio da empresa. Não nos contentamos a fazer um bom trabalho de emissão de bilhetes de avião e de reservas de hotéis, em que corre tudo muito bem e que as pessoas chegam todas felizes. Queremos que as pessoas venham hiper mega emotivas e super sensibilizadas pelos vários momentos que passaram nas suas viagens, que não dependiam só do destino”.

Como as modas, as pessoas cada dia procuram coisas diferentes também em relação às viagens. A XJourney Travel não foge à regra, e os clientes procuram destinos que vão da África, à Ásia, América do Sul, até à Madeira. Londres também, conforme disseram, é uma cidade incrível para descobrir, para fazer coisas. “Gostamos de sítios muito estranhos”, confidenciaram ao Publituris.

“Quase todos os clientes que nos pedem propostas têm as suas ideias, mas dão-nos sempre a liberdade para darmos as nossas, e muitas vezes apresentamos destinos inusitados que não estão à espera, e depois a forma como os vendemos e a paixão com que o fazemos demonstra que somos conhecedores profundos daquilo que estamos a dar e a vender, e isso é uma mais-valia muito grande. Volto a dizer, o cliente muitas vezes vai atrás daquilo que dizemos porque estivemos lá, soubemos e conseguimos de alguma maneira criar a paixão no cliente de querer conhecer”, acentuou Miguel Procópio, enquanto Carlos Medeiros realça que “o nosso dia a dia é uma aprendizagem diária. Temos a capacidade e a humildade de olhar sempre para um destino e perceber que a cada ano vamos aumentar o nosso know-how naquele destino.

Por isso é muito importante voltar. Tudo é influenciado pela temperatura, pela luz, pelo momento em que se vive, ou seja, há um conjunto de fatores que podem influenciar a maneira como vemos um destino a cada momento”.

Objetivos é evoluir
Com uma média de 30 viagens por ano, a XJourney está vocacionada para as viagens ao exterior, enquanto a Event Concept tem o seu mercado dos eventos aqui em Portugal, num know-how acumulado de 30 anos. “Temos pintado a manta”, revela Carlos Medeiros, para esclarecer que “partilhamos clientes, o que é uma mais-valia.

As duas empresas estão quase fundidas uma com a outra e as equipas técnica e de produção são só uma, com funções distintas”, avançando que “a paixão é o nosso maior objetivo e somos muito cuidadosos na seleção dos colaboradores porque, não queremos os melhores técnicos, mas as melhores pessoas”.

Esta é, “por enquanto”, a estratégia a manter nesta empresa, asseguraram os dois empresários, mas “pretendemos evoluir, até porque não somos nada conformados, mas sim super wilds”. A este respeito, Carlos Medeiros salienta que “o futuro é aquilo que eu e o Miguel acharmos, o que o coração nos mandar”, mas garantiu que “temos mil coisas para explorar ainda, estamos no início, na ponta do iceberg, depende também muito de como o mercado vai evoluir. O que sabemos é que somos super camaleões, adaptamo-nos ao dia, à hora. A paixão é que não vai desaparecer, essa é que mantém a chama acesa para a produção de tudo”.

Lembraram que a empresa possui algumas contas internacionais, mas pretendem ainda passar a gerir outras tantas. Por tudo isto, pode-se concluir que esta não é uma empresa para ter porta aberta para a rua. “O público passante não é o nosso core business, não é de facto aquilo que queremos”, disse Miguel Procópio. No entanto, como nota final, refira-se que as instalações da XJourney não são um escritório normal, é uma autêntica sala de estar com uma decoração que nos transporta para terras longínquas para onde nos apetece viajar, onde os clientes são sempre convidados, seja para levantar a documentação, seja para assistir aos briefings das viagens.

Latest article