A construção em Portugal continua a crescer, numa altura em que estão em curso centenas de obras previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que vieram pressionar ainda mais a alta procura por empresas deste setor. A verdade é que muitos são os empresários que resolveram aproveitar a oportunidade para empreender na construção. Os dados da Informa D&B revelam que desde janeiro até agosto foram constituídas 4.323 empresas de construção, mais 7,9% face ao período homólogo.
“O empreendedorismo na construção regista uma tendência de crescimento desde o início do ano, sendo neste momento o 3.º setor com maior número de constituições no acumulado do ano”, estando apenas atrás dos serviços empresariais e dos serviços gerais, explicam desde a Informa D&B em comunicado enviado às redações.
Foram contabilizados, no total, 4.323 nascimentos de empresas de construção entre janeiro e agosto de 2024, o que corresponde a um aumento de 7,9% face ao período homólogo (+317 constituições de empresas). Esta “subida foi transversal a quase todas as suas atividades, especialmente a Construção de edifícios (residenciais e não residenciais), que concentra 2.663 constituições do setor e registou mais 223 novas empresas face ao mesmo período do ano anterior”, lê-se ainda.
A construção foi, assim, um dos setores em que a criação de empresas foi superior à registada em 2023, tal como as Tecnologias da Informação e Comunicação e o Retalho. Mas o mesmo não se observou na outra metade dos setores analisados pela Informa D&B. Por exemplo, nas atividades imobiliárias foram criadas 3.286 empresas nos primeiros oito meses do ano, menos 1,9% face ao mesmo período do ano passado.
Aliás, o saldo de novas constituições de empresas acabou por ser negativo no nosso país: “Entre o início do ano e 31 de agosto foram criadas 34.811 novas empresas em Portugal, um número que representa um recuo de 2,5% (-905 constituições de empresas) face ao mesmo período do ano passado”, indicam ainda. Uma vez mais, destacou-se uma descida do número de novas empresas no setor do alojamento e restauração (-5%), “especialmente acentuada no subsetor do Alojamento de curta duração, que recua 21% (-139 constituições de empresas)”.
Já no que diz respeito aos encerramentos e insolvências registou-se um recuo tanto na construção, como no imobiliário:
- Construção: foram fechadas 765 empresas nos primeiros oito meses do ano, menos 4,9% face ao mesmo período do ano anterior. E 188 empresas iniciaram o processo de insolvência (-6,5%);
- Atividades imobiliárias: fecharam 606 empresas (-14,2%) e entraram em insolvência 40 (-24,5%).
A nível geral, encerraram 7.719 empresas entre janeiro e agosto, o que corresponde a menos 8,9% do que no mesmo período do ano passado, “sendo que à data de hoje ainda existem publicações a serem efetuadas pelo Registo Comercial”. Já nos que diz respeito às insolvências registou-se um crescimento de 11% neste período, com 1.410 empresas a iniciaram um processo de insolvência (+135 empresas), sendo a indústria do têxtil e moda a que mais contribui para esta subida.