O LLM de IA português, que se chama Amália, vai ter a sua primeira versão no primeiro trimestre de 2025 e a final será lançada em 2026.
“Desenvolver LLM nas diferentes línguas tem uma importância de incluir não só a linguagem, mas também a cultura do país, a cultura da língua, no raciocínio que os sistemas de IA que vão ser desenvolvidos sobre esse sistema vão proporcionar”, defende.
Para a professora de IA na Universidade Umeå, Suécia, que integra o órgão de Alto Nível das Nações Unidas sobre inteligência artificial, um LLM em português protege a cultura e a especificidade do país.
Por exemplo, “há estudos que dizem que, fazendo uma pergunta ao ChatGPT [da OpenAI] – desenvolvido na América do Norte, principalmente usando dados em inglês”, as respostas estão “mais alinhadas com a resposta que um homem ‘mid-america’ [Centro América] daria”, diz.
Nesse sentido, “os LLM das diferentes línguas proporcionam a possibilidade das respostas destes sistemas que vão ser desenvolvidos sobre os LLM sejam mais alinhados com o contexto cultural e social da língua em que foram treinados”, sintetiza.
Em entrevista à Lusa em 19 de novembro, o presidente executivo (CEO) do Centro para a AI Responsável, Paulo Dimas, sublinhou que os três pontos fundamentais do LLM Amália são a variante linguística – português de Portugal -, a representatividade cultural e a proteção de dados.
O projeto envolve o Centro para a AI Responsável e os centros de investigação, a Nova FCT e o Instituto Superior Técnico.
Este projeto é uma “peça-chave no ecossistema nacional de inteligência artificial” porque “em cima deste LLM vai ser possível criar novas aplicações de inteligência artificial onde a língua portuguesa está preservada, onde nós temos controlo sobre a língua portuguesa”, destacou, na altura, Paulo Dimas.
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