Segundo os inquiridos, tanto aplicações como dispositivos satisfazem, e os últimos ajudaram cerca de um terço a alcançar um estilo de vida mais saudável.
Em maio e junho de 2022, a DECO PROTESTE enviou um questionário a uma amostra da população portuguesa. Obteve 815 respostas válidas, cujos resultados foram ponderados para serem representativos em relação a género, idade, região e nível de educação. Além disso, realizou um inquérito online dirigido apenas a utilizadores de dispositivos inteligentes para avaliar, entre outros aspetos, a satisfação com os mesmos. No total, obteve 4183 experiências de utilizadores portugueses, espanhóis, italianos e belgas, que permitiram avaliar diversas marcas de dispositivos.
Bons hábitos de saúde
Segundo os dados do inquérito, cerca de metade dos portugueses que responderam indicaram que, nos últimos dois anos, tentaram melhorar os hábitos alimentares e, na mesma proporção, a condição física. Quase um terço também revelou que procurou dormir mais horas. Dos que tentaram melhorar, a maioria atingiu parte dos objetivos. No caso do sono, 37% conseguiram melhorar bastante.
Quando se avaliaram certos hábitos antes, durante e após a pandemia, constatou-se que os portugueses consideram que conseguem agora uma alimentação mais saudável. Foi na saúde mental que se verificou uma maior queda durante a pandemia, que, entretanto, está em recuperação. Verifica-se a mesma tendência na qualidade de vida: mais afetada durante a pandemia, mas começa a normalizar.
Atualmente, os inquiridos continuam a manter alguma preocupação com a saúde. Ao ponto de 37% admitirem que fazem, no mínimo, 30 minutos de exercício físico três dias ou mais por semana. Já 31% fazem exercício um ou dois dias por semana. E, nos últimos dois anos, 69% dos inquiridos tiveram o cuidado de dormir, pelo menos, sete horas por noite, durante três ou mais dias por semana.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática de atividade física regular pode ajudar a prevenir e a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e alguns cancros. Também tem benefícios para a saúde mental e cognitiva e para o sono. Daí a OMS recomendar, pelo menos, 150 a 300 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada, para adultos.
Pulseiras de fitness agradam
Existem várias aplicações que permitem registar, com maior ou menor precisão, o exercício que se faz, as calorias gastas, as horas que se dorme, a frequência cardíaca, além de outras variáveis. Apenas 29% dos inquiridos usam aparelhos para monitorizar a saúde ou a condição física. Quem opta por não usar apresenta como razões o facto de não precisar daqueles para ter hábitos saudáveis (47%) ou de os considerar caros (39 por cento).
Dos que usam algum dispositivo, os mais comuns são os smartphones (18%), onde se podem instalar diferentes aplicações, e os relógios inteligentes (15 por cento).
Vida saudável com apps
Cerca de 30% dos inquiridos usam aplicações para monitorizar a saúde. As preferidas nos últimos dois anos foram as de saúde e exercício físico. Em geral, 43% dos inquiridos que usaram aplicações de saúde, exercício físico ou nutrição afirmaram que estas os ajudaram bastante a alcançar um estilo de vida mais saudável. Já 46% indicaram que foram úteis em parte e apenas 11% que de pouco serviram.
Como a grande maioria das aplicações existente nos smartphones é gratuita (ou tem uma versão gratuita, mesmo que com menos funcionalidades), é sempre possível experimentar várias até se encontrar a que mais agrada. Mesmo assim, nada como perguntar a quem já as testou. Em baixo, encontra o nível de satisfação dos inquiridos com algumas das aplicações usadas. É possível constatar que a satisfação não varia muito entre as diferentes apps de uma mesma categoria. Como tal, instale, experimente e decida.
Medir passos com aparelhos
Os dispositivos, como relógios inteligentes e pulseiras de fitness, acabam por ser mais práticos: são mais pequenos e podem acompanhar o utilizador em diferentes desportos e situações. Daí que 48% dos inquiridos tenham referido que usam os equipamentos todos os dias. E, mais de um terço (35%), indicou que a utilização do dispositivo tem vindo a aumentar com o tempo.
Mais de metade usa o relógio ou a pulseira para medir os passos (68%) ou o ritmo cardíaco (56 por cento). Há ainda quem use para ver as notificações do smartphone e das mensagens (47%) e para melhorar os hábitos de exercício físico (46 por cento). Em geral, 34% dos utilizadores consideram que ajudaram bastante a alcançar um estilo de vida mais saudável.
A satisfação geral com os aparelhos inteligentes é elevada, com os utilizadores de smartwatches e relógios de corrida a avaliarem os equipamentos com 7,9 pontos em dez. As pulseiras de fitness têm uma avaliação um pouco mais baixa (7,5 pontos). Estas apenas agradam mais do que os primeiros no que toca ao preço.
Quando se analisa a satisfação com marcas de aparelhos, notam-se algumas diferenças numa mesma categoria. É o caso dos relógios, onde os Fossil são menos apreciados. A facilidade de utilização e a capacidade da bateria é o que menos agrada.