Portugal, um país que sempre prezou pela inovação e pela qualidade dos seus serviços, está a ser conivente com um dos maiores abusos ao consumidor na era moderna: a TV por cabo.
Por José Teles *
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O que antes era uma alternativa interessante aos canais nacionais gratuitos tornou-se num poço sem fundo de frustrações e despesas desnecessárias.
Os preços exorbitantes que os consumidores pagam atualmente não têm qualquer justificação. Comparativamente aos restantes países da União Europeia, pagamos uma fortuna por um serviço que simplesmente não entrega. Quando a pandemia abalou o mundo, compreendemos a pausa nas produções de séries, filmes e documentários. Mas, passados quatro anos do fim das restrições, é inadmissível que as grandes operadoras continuem a basear a programação em repetições infinitas, sem qualquer esforço para renovar o conteúdo ou, no mínimo, reduzir os preços.
O mais grave é que o consumidor médio português parece estar resignado. Levantamos bandeiras contra aumentos de um cêntimo no preço do gasóleo, mas aceitamos, mês após mês, este assalto legalizado. Porquê? Por comodismo? Por falta de alternativas?
A solução está ao alcance de todos: rompam os contratos com as operadoras de TV por cabo. Reduzam as despesas familiares ao essencial e apostem em serviços de streaming como Netflix, Disney+, Prime Video e outros, que oferecem programação de qualidade por menos de um terço do custo mensal da TV por cabo.
Não se trata apenas de dinheiro; trata-se de respeito. As grandes empresas vivem da apatia do consumidor. É hora de mostrarmos que merecemos mais. Não se deixem enganar pela falsa ideia de que não há alternativa. Existe, e é mais barata, mais flexível e, acima de tudo, mais justa.
Chegou o momento de dizermos basta a esta afronta. Portugal merece mais. E nós, como consumidores, também.
* Militar (reformado).
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