O radar do Investimento Estrangeiro Direto em Portugal
EUA, França e Alemanha constituem o Top 3 que mais investe em Portugal. Estes países representam mais de 40% dos projetos de IDE em território nacional com o setor de Software & IT Services a reunir a maioria do investimento e com 40 projetos provenientes destas geografias.
O EY Attractiveness Survey Portugal destaca ainda que o peso dos países europeus no IDE em Portugal diminuiu significativamente, contrariando a tendência passada em que os principais investidores eram do mesmo continente. Em 2022, o investimento dos países da UE representava 73,4% do total de projetos de IDE realizados e no ano transato representou pouco mais de metade da sua totalidade.
O Brasil foi responsável por quase 7% desse investimento em 2023 e integra agora o lote dos 6 principais países de origem dos projetos de IDE em Portugal, estabelecendo o facto de, em termos relativos, Portugal atrair muito mais investimento brasileiro do que a Europa. As fortes economias europeias, nomeadamente França e Espanha, são responsáveis por um IDE proveniente do Brasil mais elevado em Portugal.
Em sentido contrário, a China representa 4,5% do investimento na Europa, mas apenas 0,5% em Portugal, o que indica que a atratividade de Portugal ainda não foi totalmente reconhecida pelos investidores chineses.
Portugal caiu assim do 6º lugar relativo ao IDE de 2022, para a 7ª posição após ser ultrapassado pela Polónia que, no ano passado, conquistou um maior investimento por parte dos Estados Unidos da América.
Atração de IDE: Regiões prediletas, inovação, força de trabalho e sustentabilidade
O EY Attractiveness Survey Portugal revela que as competências e a disponibilidade da mão-de-obra nacional são o principal fator que influencia a decisão de investir em Portugal, confirmando assim que os investimentos do país na educação e na agenda digital têm resultado num capital humano mais qualificado que oferece novas perspetivas e um contributo indispensável para a inovação.
O estudo da EY valida que a mão-de-obra portuguesa se distingue por operar em múltiplos sectores, abrangendo indústrias tradicionais e serviços modernos, uma realidade suportada por pessoas cada vez mais experientes em tecnologia. O know-how tecnológico, o ambiente fiscal e a qualidade de vida em Portugal, combinada com a maior estabilidade geopolítica da Europa Ocidental, são outros fatores considerados como atrativos por parte dos investidores.
No que diz respeito às preferências regionais para o IDE em Portugal, estas seguem a tendência dos últimos anos, com a região de Lisboa e o Norte de Portugal a manterem o predomínio como principais destinos, apesar de uma redução de mais de 18% no número de projetos anunciados, em relação a 2022.
A zona Centro, que quase duplicou o número de projetos de IDE de 2022 para 2023, é um território em clara ascensão, ultrapassando o Norte do país como a segunda região mais atrativa de acordo com os investidores inquiridos no EY Attractiveness Survey. As restantes regiões de Portugal, no seu conjunto, representam menos de 5% dos fluxos de IDE em 2023, com ligeiros indicadores de crescimento no Algarve, Madeira e Açores.
De acordo com os inquiridos, o fornecimento de energia renovável e a CleanTech continuam a ser um dos principais impulsionadores do desempenho sustentável do país e fundamentam a perceção positiva de Portugal em relação à concorrência europeia no que à sustentabilidade diz respeito.
O futuro do IDE em Portugal
Apesar do abrandamento de Portugal na atração de investimento estrangeiro em 2023, o país apresenta uma grande variedade de fatores distintivos que podem garantir a sua atratividade a longo prazo para o IDE. Dos 200 investidores inquiridos, os que se inserem no setor Químico e Farmacêutica, High-Tech e Indústria revelam-se mais otimistas quanto à atratividade de Portugal como destino de investimento.
O estudo da EY apresenta também um roteiro para um ecossistema fiscal mais favorável ao investimento, defendendo que Portugal deve mudar a perceção de um país que oferece investimento a preço acessível para um destino que apresenta valor acrescentado. Apostar na modernização e simplificação para facilitar as operações comerciais através de processos fiscais digitais que reduzam a burocracia e acelerem processos de aprovação são outras das recomendações.
Em matéria de sustentabilidade, os investidores salientam que Portugal tem ainda margem para melhorar em termos de regulamentação, alertando para a necessidade de desenvolver quadros jurídicos favoráveis à sustentabilidade que apoiem o crescimento de empresas.
Para saber mais informações, contacte: Rosália Amorim
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