Friday, November 15, 2024

Portugal defende Pacto para o Futuro dizendo que desafios climáticos não conhecem fronteiras

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Nesta segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, discursou na Cúpula do Futuro destacando “os terríveis incêndios que assolaram o país” nos últimos dias.

Ele afirmou que esse foi o motivo da ausência do primeiro-ministro de Portugal, Luis Montenegro, que estava previsto para comparecer ao evento. Rangel destacou a crise climática como um “tema fundamental” para o futuro do mundo e das nações.

“Fogos indomáveis”

“Estes fogos indomáveis estão ligados às alterações climáticas, ao desenvolvimento sustentável, ao planeamento da floresta e das cidades. Esta agenda mostra bem a razão do secretário-geral das Nações Unidas quando apresentou a Nossa Agenda Comum e lançou um processo ambicioso o de reconstruir a confiança num sistema multilateral eficaz, centrado nas Nações Unidas, alinhado com esta visão ambiciosa e ampla do multilateralismo mais eficaz. Portugal participou ativamente nas negociações do Pacto para o Futuro do Pacto Global Digital e da Declaração sobre as Gerações Futuras, numa expressão clara da nossa determinação em promover a paz, o desenvolvimento sustentável e o respeito pelos direitos humanos”.

O ministro citou ainda deslocados climáticos das ilhas do Pacífico e das Caraíbas, as secas na Etiópia e na Índia e os incêndios florestais em tantas outras partes do mundo. Segundo ele, os desafios de hoje “não conhecem fronteiras e merecem um Pacto para o Futuro”.

Rangel afirmou que Portugal escolhe “o caminho da ação coletiva, da interação, do multilateralismo, do diálogo, da paz”.

Discurso de Portugal na Cúpula do Futuro

Governação dos mares

Dentre as contribuições do país, o chefe da diplomacia portuguesa listou a aposta no desenvolvimento de capacidade preventiva e prospectiva, “apoiando a boa governação do mundo, do mundo digital, do espaço exterior, promovendo a inovação, o uso responsável da ciência e a transformação digital”.

Rangel ressaltou que Portugal é um país “profundamente ligado ao mar” e por isso reconhece o “papel vital” dos oceanos na economia global e no combate às alterações climáticas.

Nesse sentido, ele sublinhou a importância da governação responsável dos mares, em parceria com os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, Sids, e tendo em vista a terceira Conferência dos Oceanos.

Reforma financeira e do Conselho de Segurança

O representante de Portugal disse ainda que o país está comprometido em reformar o sistema de governação global, incluindo a arquitetura financeira internacional.  O representante mencionou que, enquanto país convidado pela presidência brasileira do G20, apoia o apelo à ação do bloco nesse tema.

Rangel mencionou como uma oportunidade a quarta Conferência Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento, cujo processo preparatório é presidido por Portugal e pelo Burundi.

Sobre os temas de paz e Segurança ele disse que não podem ser esquecidos aqueles os “que morrem em Gaza, na Ucrânia, no Sudão, nos conflitos do Sahel, na desigualdade e na violência de gênero ou nos impactos crescentes e terríveis das alterações climáticas”.

O ministro português lembrou que o país é candidato ao Conselho de Segurança para os anos de 2027 e 2028.

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