A ligação ferroviária foi inaugurada ao final da manhã de 29 de julho de 1999, uma quinta-feira, na presença do então primeiro-ministro, António Guterres, do ministro do Equipamento, João Cravinho, do secretário de Estado dos Transportes, Guilhermino Rodrigues, e dos presidentes das câmaras de Lisboa, João Soares, do Seixal, Alfredo Monteiro, e de Almada, Maria Emília Sousa.
Duas décadas e meia depois, a administração da Fertagus, empresa que explora o serviço ferroviário entre as estações de Roma-Areeiro (Lisboa) e Setúbal (54 quilómetros), faz um balanço “muito positivo”, destacando os impactos na mobilidade e no ambiente.
“Acreditamos que a Fertagus se tornou essencial para a mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa e tem dado um contributo fundamental para a sua melhoria. Com um serviço de qualidade, rápido e pontual, conseguimos garantir a ligação ferroviária entre a Margem Sul e Lisboa”, disse Clara Esquível, directora da Fertagus, à agência Lusa.
Em 25 anos de funcionamento, o serviço ferroviário da Ponte 25 de abril já transportou 498 milhões de passageiros, o equivalente à população de toda a União Europeia, e percorreu cerca de 51 milhões de quilómetros, o equivalente a 1.273 voltas ao planeta.
“Estimamos que tenhamos retirado da Ponte 25 de abril cerca de 80 milhões de automóveis, o que também é muito significativo e um contributo importante”, salientou, considerando que estes números significam que se evitou a emissão de mais de 900 mil toneladas de CO2 nos últimos 25 anos.
Em 2023, a Fertagus transportou cerca de 27 milhões de passageiros e, só no primeiro trimestre deste ano, já foram contabilizados 14,8 milhões.
“Trabalhámos sempre com o mesmo material circulante e procurámos que o serviço fosse real, nomeadamente a pontualidade e a regularidade na prestação do serviço”, salientou Clara Esquível.
Para assinalar os 25 anos da travessia ferroviária na Ponte 25 de abril, a empresa concessionária vai realizar um conjunto de iniciativas, nomeadamente a distribuição de brindes alusivos à efeméride nas estações e a atribuição do nome de um comboio ao poeta Sebastião da Gama, natural do distrito de Setúbal.
Haverá ainda um espetáculo musical na estação de Coina com o quarteto de guitarras Orquestra Nova de Guitarras.
O prazo de concessão da travessia ferroviária do Tejo até à Fertagus termina a 30 de setembro de 2024.
A travessia ferroviária sobre o Tejo, em Lisboa, era uma ideia antiga: quando a ponte foi construída, em 1966, no tempo de Oliveira Salazar, foi também construído um túnel de 600 metros sob a Praça da Portagem, do “outro lado”, (alargado em mais 300 metros em 1999) que esperou 33 anos pelos comboios.
O valor total da obra rondou, na altura, os 150 milhões de contos (cerca de 750 milhões de euros), dos quais 50 milhões (250 milhões de euros) foram para as obras de reforço estrutural da ponte, criação da sexta via no tabuleiro rodoviário, pintura e iluminação, 77 milhões (385 milhões de euros) para as infra-estruturas e 22 milhões (110 milhões de euros) para a aquisição de material circulante.