A Procuradora-Geral da República vai quebrar o silêncio esta segunda-feira à noite, numa entrevista à RTP. Lucília Gago está a ser alvo de fortes críticas por escolher uma televisão para os primeiros esclarecimentos, em vez de os dar no Parlamento, onde foi chamada pelos deputados.
A Procuradora-Geral da República vai quebrar o silêncio esta segunda-feira à noite. Ao contrário do que se esperava, os primeiros esclarecimentos não acontecem no Parlamento, onde foi chamada pelos deputados, mas sim, em entrevista à RTP. Lucília Gago está a ser alvo de duras críticas, sobretudo, pelo caso que levou à queda do Governo.
Foram seis anos de um silêncio, para muitos, ensurdecedor e que se intensificou depois do célebre parágrafo que levou à demissão do ex-primeiro-ministro, António Costa.
A Procuradora-Geral da República foi chamada ao Parlamento, mas pediu para a sessão ser adiada até à conclusão do Relatório Anual de Atividades do Ministério Público.
Certo é que, antes de prestar esclarecimentos à Assembleia da República, Lucília Gago vai à RTP na noite desta segunda-feira.
“Achamos que é manifestamente infeliz a mesma dar primeiro a entrevista do que ir à Assembleia da República. Denoto algum desprezo que não é saudável”, considera Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo considera “incompreensível” que dê a primeira entrevista ao final de seis anos de mandato.
“O PS acompanhou os requerimentos para ouvir a PGR no Parlamento. Entendemos que essa é a sede própria. Lá estaremos para quando estiver na Assembleia para fazer as questões e os comentários que tiverem que ser feitos”, realça Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS.
Há mais de meio ano que se arrastam os pedidos para ouvir Lucília Gago no Parlamento. Quase sempre recusou dar esclarecimentos, principalmente no que respeita à Operação Influencer e às escutas que envolvem os nomes de António Costa e João Galamba.
Também Luís Marques Mendes, comentador SIC, considera que a responsável está a desprezar o Parlamento ao dar uma entrevista para a televisão em vez de prestar esclarecimentos no Parlamento.
Lucília Gago está a três meses de terminar o mandato e deixou bem claro que não quer estar mais seis anos à frente da Procuradoria-Geral da República.