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Ministério Público português acusou 29 brasileiros que integravam quadrilha internacional formada para simular páginas de bancos e transferir dinheiro dos clientes
A acusação de 29 brasileiros, 30 portugueses e 12 africanos foi feita pela direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público (MP) de Faro.
“Parte dos acusados pertence à organização criminosa brasileira e se dedicava à captura de dados e códigos de acesso a contas bancárias (…) para subtrair dinheiro”, informou o MP.
Os suspeitos foram acusados pelo DIAP de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade informática.
De acordo com o MP, que baseou a acusação em investigação da Polícia Judiciária (PJ), a quadrilha criava uma falsa página de um banco na internet para enganar clientes.
“Quando a vítima acessava, dados eram capturados (…) os suspeitos entravam na conta bancária da vítima através da página verdadeira do banco e programavam transferência para a conta bancária de um acusado ligado à organização”, explicou o MP.
Na sequência, os criminosos telefonavam para a vítima como se fossem funcionários do banco. Pediam um código que iriam enviar por telefone para cancelar a transferência.
Quando a vítima informava o código, na verdade estava dando a confirmação que permitia aos criminosos fazer a transferência e lavar o dinheiro.
“O dinheiro circulava por várias contas bancárias entre Brasil e Portugal de modo a ser branqueado (lavagem)”, informou o MP.
Brasileiros comandavam laboratório de cocaína em Portugal
Fotos: Polícia Judiciária para Portugal Giro
A investigação suspeita que os computadores usados no golpe possam estar localizados em um país fora da União Europeia, mas o MP não especificou.
O sucesso do golpe estava concentrado na rapidez que as operações eram feitas a partir destes computadores internacionais e na encenação do falso contato telefônico do banco.
A organização estava dividida em três funções: o técnico de informática, o “ator” que assumia o papel de funcionário bancário e criminosos que cediam suas contas para lavar o dinheiro.
Questionado, o MP ainda não informou o total do dinheiro obtido pelos criminosos com o golpe.
O Globo