“Nunca Portugal teve uma atitude tão a favor da Palestina como tem agora”, asseverou esta terça-feira o ministro português dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel quando confrontado com os últimos ataques a Rafah e o facto de Portugal não reconhecer o Estado da Palestina.
“[Portugal] não reconhece o Estado da Palestina – e bem. Votou na Assembleia Geral das Nações Unidas – e nunca nenhum Governo fez isto -, a favor da entrada da Palestina como membro de pleno direito das Nações Unidas”, afirmou o governante em entrevista à SIC Notícias.
O ministro revelou também ter estado ao telefone com o primeiro-ministro da Palestina, onde este agradeceu o papel de “mediação” de Portugal.
Paulo Rangel frisou que “o que aconteceu em Rafah é inaceitável”, mas que tal não se resolve ao reconhecer o Estado da Palestina.
No domingo, recorde-se, um ataque aéreo israelita provocou um incêndio num campo de deslocados no sul da Faixa de Gaza, causando, segundo as autoridades palestinianas, pelo menos cerca de 50 mortos – perto de metade dos quais mulheres, crianças e idosos – e 249 feridos.
A União Europeia (UE), as Nações Unidas e vários países condenaram o ataque.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
Rafah, na fronteira com o Egito, é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.
Apesar dos apelos internacionais, Israel mantém a ação militar em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.
Leia Também: 100 dos 126 milhões para Kyiv foram anunciados por Costa. Mas quem paga?