Euro 2024: Portugal encerra preparação com um triunfo
A Seleção despediu-se da melhor forma dos adeptos portugueses antes de partir para o Euro 2024, superando a República da Irlanda, em Aveiro, por três golos sem resposta. Quando Portugal voltar a competir, no próximo dia 18, já será a sério, frente à Chéquia, em Leipzig, na Red Bull Arena.
Para este derradeiro teste antes do pontapé de saída no Euro 2024, Roberto Martínez introduziu algumas nuances dentro da estrutura tática com três centrais na qual por vezes aposta. A dispor dos primeiros minutos nestes últimos ensaios pré-Euro 2024, Cristiano Ronaldo movimentou-se sobretudo entre o centro e a direita do ataque nacional. Fora da zona central de tiro, o capitão da turma das quinas envolveu-se mais vezes nos desenhos ofensivos de Portugal, não necessariamente como referência. Aliás, essa referência não existiu, uma vez que João Félix atuou como uma espécie de “falso” 9, procurando receber a bola entrelinhas e, no processo defensivo, juntar-se a Bruno Fernandes e João Neves no miolo. Nas alas, João Cancelo voltou a ser defesa esquerdo a defender e médio centro a atacar, com Diogo Dalot a garantir a profundidade na direita, o mesmo acontecendo a Rafael Leão na esquerda.
Na linha de três centrais, Pepe coordenava a partir do centro os jovens António Silva, à direita, e Gonçalo Inácio, à esquerda. Algumas dinâmicas novas em teste, a poucos dias dos jogos “a doer”. E a verdade é que as novas ideias postas em prática por Roberto Martínez revelaram-se produtivas, com Cristiano Ronaldo a mostrar-se menos amarrado à marcação dos centrais contrários, e João Félix, como gosta, a receber a bola em “terra de ninguém” e a avançar de frente para os adversários, colocando-lhes dificuldades acrescidas.
No primeiro tempo, Rafael Leão foi o protagonista na medida em que o jogo de Portugal fluiu de forma a procurar várias vezes a largura oferecida pelo avançado do AC Milan, que não hesita no um para um com o lateral do seu lado. Ganhou mais vezes no duelo com Coleman, Rafael Leão, mas em nenhum momento dos primeiros 45 minutos teve o discernimento necessário para fazer o passe de morte, ou resolver a jogada com eficácia por si só.
O golo inaugural acabou por chegar por intermédio de João Félix (18′). Nasceu de um pontapé de canto cobrado de forma curta, com Bruno Fernandes a encontrar Félix e este a receber com o pé direito antes de disparar para o fundo das redes com o esquerdo. Antes do intervalo, Cristiano Ronaldo esteve perto do golo num pontapé livre que embateu no poste e também num remate na passada, forte mas à figura de Kelleher.
O golo do número 7 da Seleção tardou, mas chegou logo nos primeiros minutos do segundo tempo. E que golo! Um pontapé de pé esquerdo ao ângulo contrário, a partir da tal movimentação entre o centro e a direita – ainda que, por essa altura, João Félix já tivesse saído e Ronaldo voltasse a ser a referência ofensiva que há muito é ao nível da Seleção e dos clubes que representa. A assistência foi de Rúben Neves. Dez minutos depois, o bis do capitão. O seu 130.º golo surgiu de um remate de primeira após passe de Diogo Jota, atirou cruzado e estabeleceu o 3-0 final.
Até final, Portugal colecionou oportunidades mas não voltou a dilatar o marcador, conseguindo, contudo, manter a baliza inviolável, em contraponto com as críticas que se têm acumulado aos muitos golos que a formação às ordens de Roberto Martínez tem encaixado nos últimos ensaios antes do Campeonato da Europa.
Foi uma bela despedida da Seleção dos adeptos portugueses antes de partir para a Alemanha. Vem aí o Euro 2024.